Banca de DEFESA: JOSÉ PÉRICLES MAGALHÃES VASCONCELOS FILHO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOSÉ PÉRICLES MAGALHÃES VASCONCELOS FILHO
DATA : 09/04/2024
HORA: 13:00
LOCAL: Sala da Pós-graduação em Psicobiologia
TÍTULO:

PERCEPÇÃO DO ESTRESSE ACADÊMICO, PADRÕES DE SONO E DESFECHOS EM SAÚDE MENTAL EM ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

PALAVRAS-CHAVES:

adolescentes; horários escolares; demanda acadêmica; hábitos de sono; estresse; ansiedade; depressão.

PÁGINAS: 114
RESUMO:

O ambiente acadêmico do ensino médio é propício a funcionar como desencadeador de estresse nos estudantes, se tornando mais evidente quanto maiores forem as expectativas dos pais, o currículo escolar, o medo de falhas e as dificuldades em tomar decisões. A adolescência é marcada por modificações fisiológicas no ciclo sono-vigília, em que os indivíduos passam a dormir e acordar mais tarde. Em contraste, as escolas geralmente iniciam as aulas pela manhã muito cedo, gerando sonolência diurna, dificuldades de concentração e processamento cognitivo. Neste contexto, o sofrimento psíquico vem aumentando em diversos países e pode causar impacto importante no desenvolvimento dos jovens. Portanto, este estudo tem como objetivo analisar a relação entre a percepção do estresse acadêmico, padrões de sono e desfechos em saúde mental em adolescentes do ensino médio no turno matutino em escolas particulares. A amostra contou com 78 participantes de ambos os sexos matriculados no turno matutino no primeiro, segundo e terceiro anos do ensino médio de duas escolas privadas de Juazeiro do Norte/CE. Os participantes responderam os seguintes questionários online: “A Saúde e o Sono”, Escala de Percepções de Estresse Acadêmico, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, Questionário de Cronotipo de Munique, Escala de Sonolência Diurna Pediátrica, e Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse para Adolescentes. Os dados foram analisados por meio de Modelo de Equações Estruturais após definição de um modelo final composto por: sonolência diurna; variável latente representativa do sono, constituída pelos horários de dormir e acordar nos dias de escola e livres, cronotipo, jetlag social e irregularidade na duração do sono; e pela variável latente representativa da saúde mental, formada pelos níveis de estresse, ansiedade e depressão. Maiores níveis de percepção do estresse acadêmico foram associados a escores mais elevados do constructo saúde mental (B=0,638; p<0,001), com maior frequência de sintomas de estresse, ansiedade e depressão, de sonolência diurna (B=0,252; p=0,026), e o impacto nas variáveis do constructo sono (B=0,162; p=0,046), com horários mais tarde para dormir e acordar nos dias de escola e livres, maior tendência à vespertinidade, maiores níveis de jetlag social e irregularidade na duração de sono. O prejuízo à saúde mental associado aos níveis elevados de percepção do estresse acadêmico é potencializado quando o constructo sono é adicionado como fator intermediador (B=0,731; p<0,001). Ainda demonstramos que o constructo sono teve relação com a sonolência diurna (B=0,444; p<0,001), e que quanto maiores os níveis de sonolência diurna maiores os escores do constructo saúde mental (B=0,361; p<0,001). Portanto, a percepção do estresse acadêmico influenciou diretamente, de forma negativa, os aspectos relacionados ao sono dos adolescentes, assim como o funcionamento mental. O prejuízo à saúde mental relacionado à percepção do estresse acadêmico foi potencializado quando os aspectos relacionados ao sono foram adicionados como fatores intermediadores em uma única análise. Esse trabalho pode contribuir para ampliar o conhecimento sobre a relação entre estresse acadêmico e prejuízos ao sono e a saúde mental em adolescentes, e assim contribuir para que professores e profissionais de saúde levem essa discussão para os seus ambientes de trabalho.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1199136 - CAROLINA VIRGINIA MACEDO DE AZEVEDO
Interno - 1216466 - JOHN FONTENELE ARAUJO
Externo à Instituição - MARIO ANDRE LEOCADIO MIGUEL