NA ESCOLA DA FLORESTA: PEDAGOGIAS TENTEHAR
Educação. Complexidade. Memórias ancestrais. Povo Tentehar.
As monoculturas da mente vêm a cada dia destruindo a floresta e a sociobiodiversidade existente em muitas terras indígenas brasileiras. Vivendo em um estado de violência física e simbólica se encontram os Tentehar (Guajajara) da área indígena Arariboia no estado do Maranhão/Brasil. Um dos maiores desafios desse povo atualmente é manter o restante da floresta em pé. Ultrapassar a uniformidade do saber e poder instalados é fundamental para a diversidade biocultural da Arariboia continuar existindo. Por isso, neste estudo me propus a descrever sobre saberes, narrativas míticas e celebrações rituais do universo cultural Tentehar, sobre as memórias ancestrais vividas no quintal dos moradores da Aldeia Juçaral e/ou em narrativas dos heróis Maíra, dos rituais da menina-moça, do mel e dos rapazes. Em tais histórias identificamos pedagogias do bem viver, da resistência, do cuidado com a vida, da cura e da celebração da diversidade florestal. São pedagogias que nos ensinam a cuidar de todos os seres e agradecer pela diversidade existente. Hoje, conscientes que os seus saberes e educação ancestrais são fontes de riquezas e alternativas para as futuras gerações este povo mantêm o combate resistente contra a produção social da escassez e da pobreza instalada no seu território. Aprender com quem nos ensinou ancestralmente a viver em meio a biodiversidade é fundamental para ultrapassar monoculturas mentais instaladas pelo modo de vida capitalista.