AGEOGRAFIA COMO NARRATIVADA GEOGRAFICIDADE: INTERPRETANDO AS PAISAGENS DE CINEMA EMO SENHOR DOS ANÉIS
Geografia e Cinema; Geograficidade; Paisagem de cinema; Hermenêutica; O Senhor dos Anéis.
A Geografia, rompendo a visão de mundo que hierarquiza os saberes e promovendo a expansão bem como a mobilidade das fronteiras entre os conhecimentos, dialoga vividamente com as mais diversas linguagens artísticas. O filme tem ganhado proeminência nestas relações atualmente diante de uma cinematografização do mundo. Assumindo e avançando neste diálogo, esta tese, ao interpretar a trilogia O Senhor dos Anéis,propõe pensar o filme como uma apresentação do mundo, uma cosmofania, uma geografia. Para isso, discute-se, através de uma revisão bibliográfica, a compreensão da Geografia como narrativa, desde os antigos gregos até a atualidade, bem como o estatuto do filme numa perspectiva epifânica. Possui primazia, nesta revisão, a abordagemfenomenológica-existencial da Geografia, propondo a geografia como a narrativa da geograficidade, maneira de dizer o modo de ser e estar no mundo. A tese, ainda,propõe numa nova forma de pensar metodologicamente a Geografia fílmica, buscando as significações geográficas naquilo que a paisagem de cinema revela e não em discursos extrafilme. Para tanto, segue a via hermenêutica sob a inspiração de Eric Dardel e de Luigi Pareyson, restituindo o valor do sensível e optando por uma interpretação relacional entre o geógrafo-hermeneuta e a paisagem de cinema, entendida como um texto.