RESPOSTA IMUNE E MECANISMOS DE EVASÃO NA CARCINOGÊNESE DE LÁBIO: UM ESTUDO IMUNOÍSTOQUÍMICO
Carcinoma de células escamosas; Queilite; Neoplasias labiais; Evasão da resposta imune; Citotoxicidade imunológica; Imunoistoquímica.
A exposição crônica à radiação ultravioleta (UV) do sol pode trazer consequências graves, incluindo danos celulares irreversíveis relacionados com o desenvolvimento do carcinoma de células escamosas (CCE) de lábio, e lesões precursoras como a queilite actínica (QA). É bem estabelecido que o sistema imunológico humano tem a capacidade de reconhecer e destruir clones de células alteradas em um processo chamado vigilância imunológica, muitas vezes mediado por linfócitos T CD8+, os quais secretam grânulos citotóxicos como a granzima B (GB) para induzir a apoptose da célula alvo. No entanto, alguns ceratinócitos mutados têm a habilidade de evadir aos mecanismos de defesa citotóxicos através de sinais inibitórios, além da própria radiação UV exercer efeito imunossupressor. Um destes sinais inibitórios é mediado via receptor morte programada 1 (PD-1), expresso principalmente em linfócitos ativados, que resulta em apoptose destas células ao interagir com seu ligante PD-L1 localizado na superfície de células tumorais e inflamatórias. Outra proteína inibidora é o antígeno leucocitário humano não-clássico (HLA-G), que exibe funções imunorregulatórias, como supressão da atividade citotóxica de linfócitos T ativados. A superexpressão de PD-L1 e HLA-G tem sido observada em tumores humanos malignos de várias localizações anatômicas, quando comparadas com tecidos normais ou desordens potencialmente malignas. Adicionalmente, uma expressão elevada destas moléculas tem sido associada com tumores mais agressivos e com um pior prognóstico para os pacientes. Neste contexto, há um grande interesse no potencial imunoterapêutico que o bloqueio destas moléculas inibitórias oferece. Diante do exposto, o objetivo deste estudo é investigar e comparar a imunoexpressão de PD-L1, HLA-G, CD8 e GB no microambiente de CCEs de lábio, QAs e mucosa normal de lábio. Os resultados deste estudo podem auxiliar a elucidar melhor a participação e relacionamento entre estas moléculas na transformação maligna e progressão do câncer de lábio.