ELETROFIAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE MEMBRANAS A PARTIR DA EXTRAÇÃO DE QUITOSANA
Quitina, quitosana, cristalinidade, membranas.
Nos últimos anos, muita atenção tem sido dada ao potencial eletrostático na fabricação de materiais, com diâmetros de submicrometros até escala nanométricas por um processo conhecido como eletrofiação. O uso de polímeros naturais para aplicações variadas têm sido de vital importância para o avanço das ciências. Quitina e a quitosana vêm despertando grande interesse de cientistas e pesquisadores como materiais poliméricos funcionais. São polímeros atóxicos, biodegradáveis, biocompatíveis e produzidos por fonte naturais renováveis, tendo aplicações em diversas áreas como: agricultura, têxtil, farmacêutica, cosméticos e biomateriais, tais como géis, filmes, membranas poliméricas entre outros. Nesse contexto, o objetivo do presente trabalho foi aproveitar os resíduos de camarões (Litopenaeus vannamei e Aristeus antennatus) e de caranguejos (Ucides cordatus) proveniente de feiras, barracas de praia e restaurantes locais em Natal/RN para extração de quitina, quitosana e produção de membranas. A extração se deu a partir das etapas de desmineralização, desproteinização, desodorização e desacetilação. Análises morfológicas foram realizadas no (MEV e DRX), análise das propriedades térmicas (TG e DTG), espectroscopia de infravermelho (FTIR), análise de calorimetria exploratória diferencial (DSC) e ensaios mecânicos por tração. Na análise (DRX) pode-se verificar a estrutura semicristalina da quitosana enquanto a quitina teve alta cristalinidade. As análises térmicas demonstraram um processo de desidratação seguido da decomposição, com comportamento similar de material carbonizado. A quitosana apresentou temperaturas de máxima degradação mais baixas do que a quitina. Na análise (DSC) a estabilidade térmica das membranas de quitosana foi diminuída com aumento do (GD). Os resultados obtidos com (GD) para quitosana extraída de camarões Litopenaeus vannamei e Aristeus antennatus foram (80,365 e 71,00%) e caranguejos Ucides cordatus 74,653%. Pode-se perceber melhor facilitação na formação das membranas com soluções de 70:30 (v/v) (TFA/DCM) e 60 e 90% CH3COOH, enquanto 100:00 (v/v) (TFA/DCM) houve formação de aglomerados. Verificou-se que o módulo de young diminui com o aumento da concentração da quitosana nas membranas. 90% CH3COOH contribuiu para o aumento da deformação, sendo um material mais flexível. As membranas com 5% Qts 70:30 (TFA/DCM) apresentaram maior valor de tensão na ruptura.