Chapas aglomeradas de fibra da folha do abacaxizeiro – FFA – e resina derivada do óleo de mamona para confecção de componentes arquitetônicos
materiais alternativos; componentes arquitetônicos; chapas aglomeradas; fibra vegetal.
A evolução quanto ao uso e desenvolvimento dos materiais de construção e a sua relação com a arquitetura foram significantes para crescimento da população urbana e, consequentemente, das cidades. Ao longo desse processo, o meio ambiente passou a ser gradativamente deteriorado e ameaçado pelos impactos ambientais, uma vez que, ao fenômeno da expansão urbana, está aliado o crescimento do setor industrial. Dentro desse contexto, o crescimento continuado da população urbana levou o ser humano a uma proporcional crescente necessidade de moradias, resultando na insuficiência de habitações. Observa-se, atualmente, a retomada de pesquisas, nos âmbitos nacional e internacional, que buscam materiais alternativos aos tradicionais, com destaque para os resíduos da biomassa, como as fibras e resinas vegetais, na busca por minimizar os problemas supracitados. Esta pesquisa tem como objetivo principal o desenvolvimento e a investigação da viabilidade de uso de chapas aglomeradas de fibra da folha do abacaxizeiro – FFA – e resina biodegradável para a confecção de componentes arquitetônicos, tais como, forro, painéis de vedação, divisórias e elementos de controle do conforto térmico/lumínico. Verifica-se, no Brasil, o crescimento de pesquisas com estas características, pelo fato de ser um país com uma extensa cobertura vegetal voltada para o cultivo de produtos agrícolas, que geram significativas quantidades de resíduos da biomassa. Em relação ao abacaxizeiro, o país supracitado é um dos maiores produtores e exportadores no cenário mundial, sendo que os estados da Paraíba e do Rio Grande do Norte estão entre os maiores produtores nacionais. Quanto às fibras vegetais, uma das características mais destacadas pelos pesquisadores, que a torna competitiva em relação à fibra sintética, é a sua baixa densidade – cerca de duas vezes inferior a da fibra de vidro, por exemplo –, que associada a sua natureza não abrasiva, permite a incorporação de uma maior fração de reforço no material, conduzindo a obtenção de propriedades mecânicas superiores, e compondo produtos mais leves. Sendo assim, para o desenvolvimento desta pesquisa, procurou-se organizá-la em quatro etapas: Etapa I: Aprofundamento e atualização do conteúdo teórico e documental relacionado ao tema em estudo, e sistematização e análise do material coletado; Etapa II: Procedimento experimental e redação da tese de doutorado; Etapa III: Análise da viabilidade de uso das chapas aglomeradas para confecção de componentes arquitetônicos e redação da tese de doutorado; Etapa IV: Finalização e revisão da tese de doutorado. Diante do exposto, pode-se apontar que os materiais formados por fibras e resinas vegetais constituem, na atualidade, uma das maiores áreas de interesse na pesquisa de materiais compósitos. Este interesse intensificou-se devido às exigências das autoridades legislativas quanto ao uso e destino final de fibras sintéticas e resinas derivadas do petróleo, e a maior conscientização dos consumidores sobre a necessidade de preservação do meio ambiente e fontes naturais.