ECONOMIA CRIATIVA E ESTRATÉGIA COMO PRÁTICA SOCIAL: UMA ABORDAGEM TEÓRICO-EMPÍRICO-CONCEITUAL A PARTIR DE AMBIENTES CRIATIVOS DE GRUPOS MUSICAIS
Economia Criativa. Estratégia como Prática. Grounded Theory. Envolvimento adaptativo. Redes Sociais. Individuação. Indiferenciação.
O presente estudo busca identificar de que forma ambientes criativos de grupos musicais se configuram na perspectiva da Estratégia como Prática como concepção teórico-empírico-conceitual. Desenvolve no arcabouço teórico discussões sobre o construto da Economia Criativa, a Indústria Criativa, o ambiente criativo, o paradigma organizacional da Economia Criativa, a música como um ambiente criativo e de negócio, concepção e dinâmica da Estratégia como Prática e as conjecturas acerca do contextualismo e de outras correntes epistemológicas. Configura-se como uma pesquisa exploratório-descritiva, utilizando o método qualitativo e se caracterizando como um estudo de casos múltiplos. Ao todo, quatro bandas musicais de estilos, mercados e áreas de atuação distintas, com mais de dez anos de atuação, foram pesquisadas. Tanto para a coleta quanto para a análise dos dados, foi utilizado o método da Grounded Theory e da observação simples, e a análise foi auxiliada pelo software ATLAS.ti. A pesquisa mostra que os grupos estudados percebem a atuação especializada nas mídias sociais virtuais como diferencial estratégico. Demonstra também que as bandas fomentam a individuação e diferenciação no seu relacionamento com o indivíduo. Por fim, atesta que essas organizações envolvem as equipes e valorizam a concepção dinâmica de suas rotinas para tomar decisões estratégicas, dando atenção a um viés social da estratégia. A categoria central Estratégia como Prática Criativa que emergiu dos dados é explicada através dos três resultados supracitados e revela que organizações inseridas na Economia Criativa realizam de forma simultânea e dinâmica o fazer criativo e estratégico nos âmbitos artístico e gerencial. A teoria gerada torna-se validada pelos princípios grau de coerência, funcionalidade, relevância, flexibilidade, densidade e integração, bem como se insere na corrente do contextualismo, a qual aponta o conhecimento como relativo ao contexto em que está inserido e no qual é discutido.