A REPRESENTAÇÃO DO SUJEITO PRONOMINAL NA FALA DE NATAL
Sujeito pronominal; Teoria da Variação e Mudança; Teoria de Princípios e Parâmetros; Sociolinguística.
Este estudo utiliza os pressupostos teórico-metodológicos da teoria da variação e mudança linguística (cf. Weinreich, Labov; Herzog, 2006 [1968]; Labov, 2008 [1972]), de onde toda mudança implica um período de variação passível de sistematização, e toma por base estudos linguísticos sobre o sistema pronominal no português brasileiro (PB) (cf. Tarallo, 1978; Tarallo; Kato, 1989; Duarte, 1993, 1995, 2003, 2012, entre outros), assim como recorre à Teoria Gerativa, com a Teoria dos Princípios e Parâmetros (CHOMSKY, 1981, 1995). Tendo em vista tal perspectiva teórica, esta dissertação tem por tema o fenômeno variável que envolve a representação do sujeito pronominal de referência determinada na fala de Natal-RN. Temos por objetivo investigar a representação do sujeito pronominal na fala de Natal. O corpus está constituído preliminarmente por oito entrevistas de informantes socialmente estratificados, com 30 minutos de duração, do projeto FALA-Natal, levando em conta quatro diferentes faixas etárias dos informantes para buscar indícios de mudança em tempo aparente (LABOV, 1994). Defendemos a hipótese de que a representação do sujeito pronominal na fala de Natal está passando por mudanças no sentido de ser mais produtivo o preenchimento de sujeitos pronominais, identificando-se a passagem de uma língua de sujeito nulo para uma de sujeito preenchido. Vários estudos linguísticos corroboram essa hipótese, considerando a fala e a escrita de diferentes regiões do Brasil em diferentes períodos (DUARTE, 1993, 1995, 2003, 2012; DUARTE, PAIVA, 2003; OLIVEIRA, 1989). Por meio da análise quantitativa e qualitativa dos dados coletados da amostra do projeto FALA-Natal, os resultados preliminares comprovam a mudança por que está passando o sistema pronominal na fala de Natal, no sentido de ser mais produtivo o preenchimento de sujeitos pronominais, apontando, de forma geral, para a preferência do preenchimento do sujeito pelos informantes de faixa etária mais nova.