AVALIAÇÃO DO POTENCIAL GENOTÓXICO DA ÁGUA DO AÇUDE DE LUCRÉCIA (RN-BRASIL): UM ENFOQUE NA RELAÇÃO SAÚDE E AMBIENTE
Genotoxicidade, micronúcleo, percepção ambiental
A qualidade hídrica de diversos mananciais tem sido reduzida devido à percolação de contaminantes, seja de origem antrópica ou natural, aumentando consideravelmente o nível de compostos genotóxicos nos ecossistemas aquáticos. Tal fato vem contribuindo para a redução da qualidade ambiental, bem como para o comprometimento da saúde dos seres vivos que habitam esses ecossistemas, inclusive o homem. Diante deste cenário, está o açude de Lucrécia, que é um dos principais reservatórios hídricos superficiais, da região semi-árida do Estado do RN, e que tem demonstrado contaminação por metais pesados, cianobactérias tóxicas e a presença natural do Radônio. Aliado a esses problemas, a população deste município vem apresentando elevados índices de câncer associados popularmente ao consumo dessa água, sendo a prevalência cerca de duas vezes maior, quando comparada a todo o Estado do RN. Visto isso, o presente estudo tem como objetivo avaliar o potencial genotóxico das águas superficiais do açude de Lucrécia por meio do teste de micronúcleo em Tradescantia pallida e em cultura de Linfócitos Humanos, assim como identificar as concentrações de metais pesados presentes nesta água. Ademais, com o intuito de averiguar o saber/agir ambiental dos moradores de Lucrécia, assim como o uso e percepções estes têm sobre o açude do seu município, foram aplicados 100 questionários de Percepção Ambiental com os moradores locais. Dessa forma, a junção das duas vertentes (a análise de percepção ambiental com os moradores de Lucrécia aliada com os testes de toxicidade genética realizados no açude desta cidade) trará um panorama mais completo da relação homem-saúde-ambiente nesta localidade e figurar-se-á como um valioso instrumento condutor de transformação mais adequado as necessidades prementes.