Performar a prótese: corpos prostéticos e performatividades descrentes
performance arte, gênero, descrença, prótese, corpo prostético
Partindo de um entendimento de performance como ação-pensamento, esta dissertação coloca em discussão uma série de performances da descrença. Numa dinâmica que implica o corpo prostético e os processos autorreflexivos de escritura de gênero, busca-se traçar uma compreensão estética e política acerca de operações metalinguísticas da prótese em cena. Privilegiando o diálogo entre os estudos da performance e conceitos provenientes da teoria queer, cada capítulo é dedicado à leitura de obras que propõem, com particular intensidade, uma crítica ao gênero como mecanismo imposto numa complexa rede de relações econômicas, políticas e sociais. Destacando o gesto metaprostético como procedimento metacrítico da prótese sobre si mesma, argumenta-se que o corpo prostético, na iminência de tornar-se outro, não só experimenta o gênero enquanto máquina, mas se desdobra como agenciador de zonas de descrença em relação a uma tessitura de saberes que produzem identidades, práticas significantes e posições de enunciação a partir da genitalidade (cisnormatividade).