EXPERIÊNCIAS CRIATIVAS COM ATORES NA TELEVISÃO: o programa Ciência Aberta da TV UFPB
Preparação do ator; Processos criativos; Ficção Televisiva; Televisão; Audiovisual; Ator; Direção de Atores; Cinema; Teatro.
Esta pesquisa busca analisar de que forma os processos colaborativos, amplamente difundidos nas práticas teatrais contemporâneas e em expansão no cinema brasileiro da última década, podem ser aplicados à produção em televisão. Desta forma, visa aprofundar os estudos sobre técnicas de preparação do ator no contexto da ficção televisiva, linguagem popularmente difundida em nosso país, porém pouco estudada sob o prisma do ator. A investigação parte da experiência da autora na direção de teledramaturgia do programa Ciência Aberta, produzido pela TV UFPB, o qual aborda a relação entre o conhecimento científico e o saber popular utilizando-se da linguagem jornalística e da teledramaturgia, respectivamente, em uma estética que revela o processo criativo do ator a partir da metalinguagem. Propõe-se, então, um diálogo com estudos teóricos das áreas do cinema, do teatro e da televisão, lançando um olhar sobre as relações de fronteira e contaminação que se estabelecem entre elas, especificamente no tocante às técnicas de preparação do ator. Realiza-se ainda uma interlocução com entrevistas cedidas por atores e diretores de televisão, bem como com os relatos da experiência citada, em busca de um entendimento sobre as relações ator/câmera e seus desdobramentos na criação artística em televisão. A etapa prática da pesquisa consiste na realização de uma oficina realizada com atores e estudantes do curso de Teatro da UFPB, resultando na construção do primeiro episódio da segunda temporada do programa Ciência Aberta, no qual se busca a radicalização do que já fora proposto na primeira temporada do programa: o aprofundamento e explicitação dos processos criativos do ator, os modos de produção audiovisual, as metodologias e conceitos de suporte da criação. Norteiam este trabalho os autores Arlindo Machado, que explana o universo do audiovisual, Jackeline Nacache, que se concentra no ator de cinema, Constantin Stanislavski, cujos estudos sobre o ator são a base para diversas técnicas de atuação seja no teatro ou no cinema, e Walmeri Ribeiro, que aborda a relação de co-criação do ator no audiovisual. Pretende-se com esta pesquisa contribuir para a reflexão e discussão sobre a formação do ator e os modos de produção na televisão brasileira contemporânea, em particular, no âmbito da atuação para a câmera.