Efeitos da n,n-dimetiltriptamina sobre o fenótipo e a diátese da depressão: um estudo longitudinal de laboratório usando camundongos C57BL6
A depressão é um distúrbio neurológico que em 2017 afetava 4,4% da população mundial, caracterizado por apatia e anedonia afetando a vida social e profissional do aflito. A diátese da depressão ainda não foi satisfatoriamente esclarecida, embora fatores genéticos, humorais, ambientais e comportamentais estão correlacionados. O tratamento clássico envolve drogas serotoninérgicas de ação lenta e efeitos colaterais corriqueiramente mais danosos ao quadro clínico do que os próprios sintomas. Nas duas últimas décadas a hipótese Neurogênica da Depressão vinculou a produção de novos neurônios no hipocampo de adultos ao mecanismo neurobiológico essencial a mitigação dos sintomas por parte dos antidepressivos clássicos, em paralelo às drogas nomeadas psicodélicas ascendem como uma categoria de moléculas capazes de potencializar a plasticidade neuronal, infelizmente as propriedades alucinógenas desses compostos, a despeito da sua utilidade clínica, os impediram de serem amplamente assimilados. Nesse momento da pesquisa com psicodélicos se faz necessário compreender a participação da experiência subjetiva, a experiência psicodélica, no potencial terapêutico dos mesmos, para que possamos concentrar-se em delinear formas mais efetivas, acessíveis e abrangentes a aplicação desses compostos as populações. Nesse trabalho induzimos a depressão em camundongos através do modelo do Estresse Leve Crônico Imprevisível e avaliamos como uma única dose de N,N-Dimetiltriptamina afeta os sintomas e biomarcadores humorais da depressão, enquanto também avaliamos se é necessário estar consciente durante a fase alucinógena para que o DMT exerça seu efeito neurotrófico, aplicando a droga em animais anestesiados.