DOUTORANDO DO PPGAS PREMIADO NA 32ª RBA

É com enorme satisfação que o Programa de Pós Graduação em Antropologia Social (DAN/CCHLA/UFRN) recebeu a premiação de Diego Alano Pinheiro ao IX Prêmio Antropologia e Direitos Humanos, categoria doutorado, divulgado na 32a Reunião Brasileira de Antropologia, evento bianual promovido pela Associação Brasileira de Antropologia, a mais antiga das associações científicas brasileiras na área das Ciências Sociais, criada em 1953. Diego Pinheiro recebeu o prêmio pelo artigo intitulado "Minha vida por um fio: mobilização social e os itinerários de mulheres ribeirinhas vítimas de escalpelamento na Amazônia, orientado pelo professor Carlos Guilherme do Valle. A pesquisa etnográfica aborda as narrativas e trajetórias em contexto de dor e sofrimento de mulheres pescadoras e ribeirinhas que sofreram  “escalpelamento” nas regiões de rios da Amazônia. Escalpelamento é um termo técnico do campo biomédico que refere-se ao arrancamento do couro cabeludo, um acidente que ocorre através do enrolamento dos cabelos das mulheres no eixo dos motores de pequenas embarcações artesanais confeccionadas por mestres carpinteiros. A pesquisa de campo foi realizada de agosto de 2018 a janeiro de 2020 em Belém, no Estado do Pará, incluindo a ONG dos Ribeirinhos Vítimas de Acidente de Motor – ORVAM, dentre outras instituições de apoio e agências governamentais. As mulheres vitimadas por esse acidente, que ocorre quando são crianças ou adolescentes, têm suas vidas alteradas drasticamente. Logo, suas trajetórias são tomadas por itinerários terapêuticos, que incluem com cirurgias plásticas, enxertos, inserção de próteses e o uso de perucas, uma vez que o escalpelamento impossibilita o crescimento de cabelos outra vez.  Por sua vez, o Estado brasileiro atua na elaboração de políticas públicas embasadas por meio de discursos de combate e prevenção ao "acidente". Desse modo, questões como deficiência, trabalho infantil e acidente de trabalho também integram o complexo debate que envolve o evento dramático que essas mulheres jovens passam e, por vezes, irreparável. Assim, sob à luz da Antropologia, Diego Pinheiro buscou refletir questões que articulam corpo, saúde, emoções e direitos humanos.

Notícia cadastrada em: 01/12/2020 16:52
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