EFICIÊNCIA E RAZÃO DE HEDGE: UMA ANÁLISE NOS MERCADOS FUTURO BRASILEIROS DE BOI, CAFÉ, ETANOL, MILHO E SOJA
razão ótima de hedge; GARCH; efetividade.
O mercado agropecuário brasileiro está em expansão e tem ganhado cada vez mais destaque no cenário nacional. As atividades agropecuárias possuem riscos bem particulares, tais como clima, pragas e doenças, o que acaba por tornar os preços das commodities muito voláteis. Dessa forma, o mercado futuro agropecuário torna-se uma alternativa para produtores e processadores agropecuários minimizarem a variação de preços através de uma operação de hedge. Este trabalho objetiva investigar a eficiência e razão ótima de hedge para os mercados futuro de boi, café, etanol, milho e soja. Esta pesquisa é caracterizada como exploratória e descritiva. Este trabalho é relevante, pois tratou a razão ótima e efetividade de hedge através de modelos GARCH multivariados, atentando para possíveis diferenciais de razão ótima nos períodos de safra e entressafra. Foi utilizado como preço futuro das commodities a cotação das mesmas no mercado futuro da BM&FBOVESPA e como preço físico o índice CEPEA, no período de maio de 2010 a agosto de 2012. Foram obtidos os resultados semelhantes para os mercados de boi, milho e café. O teste de cointegração de Johansen (1991; 1995) atestou relação de longo prazo entre os mercados físico e futuro. Foi constatada bicausalidade entre os preços físico e futuro através do teste de causalidade de Granger/ teste de Wald para exogeneidade por blocos e modelo VEC. A razão ótima de hedge foi estimada a partir de 3 diferentes estratégias: MQO, modelo BEKK-GARCH diagonal e modelo BEKK-GARCH diagonal com dummy de safra. O modelo MQO apontou para a ineficiência de hedge, tendo em vista que as razões ótimas apresentadas foram muito baixas. O segundo modelo, que representa a estratégia de hedge dinâmico, captou variações temporais na razão ótima. A ultima estratégia de hedge não detectou diferencial de razões ótimas de hedge entre os períodos de safra e entressafra, logo, ao contrário do que se esperava, o investidor não precisa aumentar seu investimento no mercado futuro durante a entressafra. Por fim, a efetividade das estratégias de hedge foi verificada pelo critério de redução da variância, onde constatou-se que é preferível operar em parte no mercado futuro a manter uma posição sem hedge. Assim, os mercados futuro de boi, milho e café tem se apresentado como uma alternativa de minimização dos riscos.