Nietzsche e a modernidade: da crítica à metafísica à crítica à democracia
Ideias modernas. Verdade. Moral. Democracia. Filósofos do futuro.
Esta dissertação apresenta uma interpretação a respeito das considerações críticas do filósofo alemão Friedrich Nietzsche sobre a modernidade, mais precisamente a crítica de Nietzsche à verdade, à moral-cristã e à democracia por ele desenvolvidas em Além do bem e do Mal. Nietzsche analisa atentamente os pormenores da modernidade, faz um diagnóstico do homem moderno e encontra o sinal da decadência. Para ele, a decadência, que invade a vida e a cultura moderna e enseja o surgimento de homens domesticados na sua ação e nivelados em seus desejos e anseios, foi provocada pelo modo de valorar do homem moderno que, por sua vez, se realiza a partir de crenças metafísicas, principalmente, a crença metafísica na verdade, que surgiu com a filosofia socrático-platônica. Por isso, consideramos que a crítica de Nietzsche à modernidade passa necessariamente pela crítica à metafísica clássica. Em nossa pesquisa, destacamos algumas questões como: o que em nós aspira à verdade? Por que e para que a moral cristã? O que caracteriza a modernidade? Seria o apelo ao gosto democrático? É possível reinventar a modernidade? Em nosso trajeto, salientamos o vínculo que existe entre a noção de verdade, a democracia e os valores morais cristãos, mostrando que esses valores morais foram herdados da cultura socrática. Também pretendemos esclarecer a proposta nietzschiana de um novo modo de fazer filosofia, que seria capaz de ultrapassar a decadência que impera na moderna cultura europeia. Ou seja, o término desta pesquisa aponta para os “filósofos do futuro”, filósofos capazes, segundo Nietzsche, de afirmar a vida além das oposições metafísicas, além do bem e do mal.