Qualidade Ambiental do Solo em Lixões no Rio Grande do Norte
manejo, propriedades, resíduos, vegetação, degradação
A disposição final de resíduos sólidos urbanos em áreas inadequadas, sem uma infraestrutura que atenda as medidas de proteção sanitária e ambiental, pode resultar na contaminação do solo, água e ar e na proliferação de microrganismos patogênicos, macro e micro vetores responsáveis pela transmissão de inúmeras doenças.
Apesar da problemática da gestão dos resíduos sólidos urbanos ser antiga somente recentemente foi publicada a Política Nacional dos Resíduos Sólidos – PNRS (Lei 12.305/10), onde os lixões configuram-se como passivos ambientais que deverão ser desativados e direcionados a um programa de recuperação ambiental até 2014. Estas áreas apresentam, em geral, baixa qualidade do solo devido à concentração excessiva de nutrientes e contaminantes, como os metais pesados oriundos da disposição de resíduos de Classe I Perigosos (NBR1004/2004), que sofrendo transformações liberam seus constituintes tóxicos no solo, com possibilidade de dispersão destes pelos demais componentes da bacia hidrográfica.
Assim, devido à grande possibilidade de ocorrência de problemas ambientais, o simples fechamento e abandono das áreas utilizadas para disposição final de resíduos sólidos urbanos devem ser evitados, buscando-se técnicas que minimizem os futuros impactos ambientais e recuperem de processos de degradação já instalados.
No entanto, a seleção da melhor técnica para recuperação deve se basear no estudo prévio detalhado do local, que avalie as condições de degradação ambiental da área. Dessa etapa dependerá o sucesso de programa de recuperação ambiental estabelecido. Portanto, um processo de recuperação ambiental é iniciado através da avaliação da qualidade do solo, que indicando a real situação do solo norteará futuras medidas na recuperação ambiental da área.
A qualidade do solo não pode ser mensurada por uma única variável, devendo ser estimada a partir de um conjunto de atributos físicos, químicos e biológicos do solo que são aceitos como indicadores de qualidade ambiental do solo em programas de monitoramento ou recuperação ambiental com a finalidade de evitar e/ou reverter à degradação do ambiente.
Apesar de sua importância ambiental e sanitária, poucas pesquisas de avaliação da qualidade do solo foram desenvolvidas em áreas de lixões desativados. Menos ainda comparando com uma área natural não antropizada tomada como referência de padrão de qualidade a ser alcançado pelo processo de recuperação ambiental.
A avaliação da qualidade do solo é fundamental para revegetação uma vez que, a falta de planejamento que caracterize o problema e o quadro final de recuperação que se deseja alcançar tem sido apontada como fator de insucesso em muitos programas de recuperação ambiental.