Projeto Pedagógico do Curso

           

              Os egressos do BCT deverão apresentar uma sólida formação na grande área de Ciências e Tecnologia, estando academicamente aptos a atuar no processo de identificação, análise e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais, com visão ética e humanística em atendimento às demandas da sociedade.
               O Bacharel em Ciências e Tecnologia poderá atuar no mercado de trabalho em área em que se exija o nível de graduação superior não especificada ou em área em que se solicitem Conhecimentos básicos das Ciências Exatas e da Tecnologia, seja no âmbito do setor primário, secundário, terciário ou terceiro setor, notadamente no que se convenciona intitular como funções de gestão intermediária.

               De acordo com as competências e habilidades a serem desenvolvidas, ele poderá atuar especificamente nas seguintes áreas:
             a) empresas privadas e instituições do setor público (pesquisas e estudos aplicados à área, gerenciamento intermediário em cargos acessíveis via concurso público ou seleções de pessoal, conforme o caso);
              b) no setor de serviços em geral – atendimento especializado em bancos e outras instituições financeiras, comércio (vendas, gerenciamento), empresas de pesquisa e apoio em Ciências e Tecnologia;
               c) organizações do terceiro setor (cargos intermediários de gestão e consultoria, notadamente em pesquisa e desenvolvimento tecnológico);
               d) empreendimentos de base científico-tecnológica, especialmente nos campos do planejamento, da gestão e da avaliação, seja no papel de empreendedores, de recursos humanos de nível superior, ou de consultoria e assessoria;
                  e) instituições dedicadas ao planejamento e elaboração de políticas em Ciência, Tecnologia e Inovação.
              O egresso também poderá estar apto a ingressar em um dos cursos de Engenharia vinculados ao Bacharelado Interdisciplinar (Engenharia Biomédica, Engenharia Ambiental, Engenharia Mecatrônica, Engenharia de Materiais, Engenharia de Telecomunicações, Engenharia de Petróleo, Engenharia Mecânica e Engenharia de Computação), segundo as normas de acesso definidas pelo Regulamento dos Cursos de Graduação da UFRN aderidos ao sistema de formação em dois ciclos.
              Há também a possibilidade do egresso do BCT ingressar em outros cursos da UFRN. Um bom exemplo são os demais cursos de Engenharia da UFRN, aos quais o egresso do BCT pode ter acesso pela via do reingresso. Poderá, ainda, candidatar-se a curso de pós-graduação stricto sensu na área correlata da formação superior concluída, sempre em função das exigências exaradas pelos Colegiados desses Programas de Pós-Graduação.

 

 

              Pode-se adotar uma definição de competência como a capacidade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos – saberes, capacidades, informações, dentre outros, para solucionar uma série de situações. A efetividade dessa lógica exige que os conteúdos sejam trabalhados como meios e não como um fim. Assim, é importante que o docente entenda que os conteúdos subjacentes às suas ementas deverão ser um meio para
que os discentes desenvolvam competências e habilidades, sem esquecer que competências técnicas e competências humanas não podem estar desvinculadas.
             O Conselho Nacional de Educação, ao elaborar as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos, indica e orienta as competências e habilidades para cada um deles. Para composição do perfil e competências do Bacharel em Ciências e Tecnologia foram levados em consideração os Referenciais Orientadores para os Bacharelados Interdisciplinares e Similares, documento este disponibilizado e elaborado por Grupo de Trabalho SESu/MEC.
             As competências e habilidades do curso em Ciências e Tecnologia – Bacharelado são as seguintes:
. capacidade de identificar, avaliar e resolver problemas, enfrentar desafios e responder a novas demandas da sociedade contemporânea;
. capacidade de comunicação e argumentação em suas múltiplas formas;
. capacidade de atuar em áreas de fronteira e interfaces de diferentes disciplinas e campos de saber;
. atitude investigativa, de prospecção, de permanente busca e produção do conhecimento;
. capacidade de reconhecer especificidades regionais ou locais, contextualizando-as e relacionando-as com a situação global;
. atitude ética nas esferas profissional, acadêmica e das relações interpessoais;

. comprometimento com a sustentabilidade nas relações entre ciência, tecnologia, economia, sociedade e ambiente;
. capacidade de tomar decisões em cenários de imprecisões e incertezas;
. capacidade de utilizar tanto tecnologias clássicas quanto novas, de modo que formem a base das atividades profissionais;
. capacidade de empreendedorismo nos setores público, privado e do terceiro setor;
. capacidade de planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos de pesquisa na área de sua formação;
. capacidade de avaliar criticamente o impacto social e a viabilidade econômica das iniciativas na área de Ciências e Tecnologia;
. capacidade de utilizar tecnologias e metodologias reconhecidas na área das ciências;
. capacidade de trabalhar em grupo e em equipes multidisciplinares, gerenciando projetos, coordenando equipes e pessoas em qualquer área em que venha a se inserir profissionalmente;
. capacidade de aprendizado autônomo e a distância.

            Pela complexidade do projeto, sua execução vai muito além das questões usuais, relacionadas à estrutura curricular, à infraestrutura e ao processo de ensino-aprendizagem em sala de aula. Ela depende fortemente do bom funcionamento de mecanismos de apoio. Deste modo estão listados a seguir, pontos prioritários que devem ser implantados para uma correta execução deste projeto pedagógico.
            a) Equipe de apoio ao professor de turmas grandes – É fundamental que haja uma equipe competente de docentes graduados que auxiliem o professor de turmas grandes em suas tarefas extraclasses (como aplicação e correção de avaliações e gestão da turma virtual), bem como em atividades em sala de aula (por exemplo, na realização de dinâmicas de grupo).
            b) Equipe de apoio ao estudo extraclasse – Ações neste setor envolvem programas como os de monitoria (para resolução de exercícios e atendimento presencial ou à distância e auxílio nas tarefas em sala de aula) e de tutoria (em que um estudante experiente e capacitado acompanha e auxilia de perto as atividades
de um grupo de tutorandos).
            c) Soluções de TI voltadas à realidade do BCT – São exemplos dessas tecnologias: o uso de dispositivos e sensores para ilustrar conceitos abstratos em sala de aula; ferramentas de avaliação continuada que municiem estudantes e professores com informações rápidas sobre o andamento do processo de ensinoaprendizagem;
aquisição e análise de estatísticas que auxiliem o diagnóstico da realidade acadêmica do BCT; ferramentas de gerenciamento dos programas de monitoria e tutoria; desenvolvimento de softwares de gestão acadêmica para
apoio em tarefas críticas como a orientação acadêmica.
           d) Orientação acadêmica – Num curso que permite múltiplos percursos formativos é importante que os estudantes tenham o apoio permanente de uma equipe de orientação acadêmica. Esse papel, que tradicionalmente caberia à Coordenação do Curso, não é possível dentro da escala semestral de ingressantes no BCT.
           Desse modo, é necessário definir uma equipe constituída por técnicos de apoio educacional e/ou docentes experientes, com o auxílio de mecanismos institucionais que possam dar suporte aos estudantes ao longo da sua trajetória no BCT. Um bom programa de orientação acadêmica tem impacto importante na redução dos índices de evasão e de retenção, tendo assim importância vital para o bom funcionamento de cursos com características tão peculiares.
           e) Programa de capacitação dos docentes – Os professores devem receber treinamento regular relativamente ao ensino em turmas grandes, ao uso de novas tecnologias e à colaboração com as estruturas de suporte.
           f) Programa de assistência psicopedagógica – O BCT envolve muitas pessoas em um modelo com características inovadoras (a natureza interdisciplinar do corpo docente; a diversidade de formação dos discentes, fruto da forte inclusão social do curso; a necessidade de escolha dos caminhos acadêmicos dentro do curso
etc.). Percebe-se a necessidade de uma equipe permanente de psicólogos e
psicopedagogos, que atendam não somente às demandas clínicas, como às da
psicologia das organizações e metodologias de dinâmicas de grupos.
          g) Aperfeiçoamento da logística de apoio ao processo de ensino-aprendizagem – Lidar com turmas grandes torna críticas certas tarefas que, no contexto tradicional, seriam facilmente manejáveis. A reposição de aulas, por exemplo, é praticamente inviável. Portanto, problemas de infraestrutura precisam ser prontamente atendidos e o planejamento semestral deve ser mais rigidamente seguido. Além disso, na realidade do BCT, questões como a impressão de atividades e de avaliações, a aplicação e as vistas de provas, entre outras coisas
passam a depender decisivamente de uma logística de apoio, o que se traduz na existência de uma equipe formada por servidores técnicos administrativos, bolsistas de apoio técnico, tutores e monitores dedicados a essas tarefas.
            Em longo prazo deve-se estudar o uso de metodologias ativas de ensino que deem mais autonomia ao estudante para consolidação do ensino-aprendizagem. Porém no contexto atual em que temos um curso com alta inclusão social, provenientes de um ensino médio deficitário e com estruturas de apoio ao funcionamento  do curso ainda em definição, isto é um objetivo a ser discutido em uma nova revisão do PPC.

           A gestão e avaliação deste Projeto Pedagógico são centralizadas no Núcleo Docente Estruturante (NDE), que se constitui de um grupo de docentes vinculados ao Curso de Ciências e Tecnologia - Bacharelado, com atribuições acadêmicas de acompanhamento. Essa equipe atua no processo de concepção, consolidação e atualização contínua do projeto pedagógico do curso, conforme Resolução 124/11 – CONSEPE.
           A avaliação será executada a partir das seguintes ações:
1. Reuniões periódicas com os docentes responsáveis pelos diferentes componentes curriculares do curso em áreas afins, para discussão sobre as metodologias e ferramentas pedagógicas a serem utilizadas;
2. Reuniões periódicas entre o NDE, docentes e discentes para avaliar a eficácia do PPC e detectar a necessidade de possíveis ajustes;
3. Revisão geral deste PPC após 3 (três) anos da sua implantação, sem prejuízo de ajustes pontuais que podem ser realizados a qualquer momento pelo Colegiado do Curso, ouvido o NDE, para correção de imperfeições detectadas.

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