PREVALÊNCIA DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS DE ACORDO COM A RAÇA/COR DA PELE NO BRASIL: ANÁLISE A PARTIR DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE, 2019
Doenças crônicas; Disparidades raciais; Fatores raciais; Iniquidades em saúde; Estudos transversais.
O objetivo do estudo foi: avaliar a prevalência de doenças crônicas não transmissíveis de acordo com a raça/cor da pele no Brasil. Configura-se como um estudo transversal realizado a partir dos dados da Pesquisa Nacional de Saúde, 2019. A amostra foi composta pelas pessoas com 15 anos ou mais selecionadas para responder a pesquisa, que correspondem a 94.114 indivíduos. Para análise do desfecho foram consideradas as questões relacionadas às condições crônicas de saúde. A variável raça/cor da pele foi determinada como a variável dependente e as variáveis sociodemográficas foram incluídas como variáveis de ajuste. Foi aplicada a Regressão de Poisson para estimar a razão de prevalências (RP) e o respectivo intervalo de confiança de 95% (IC95%) utilizando o peso da amostra e incorporando o efeito do desenho da amostra. A prevalência de hipertensão arterial foi de 24,76% (IC95% 24,26%; 25,27%) e de multimorbidade foi de 28,58% (IC95% 28,02%; 29,15%). A raça/cor da pele preta apresentou-se como fator de risco para hipertensão arterial (RP: 1,01 – IC95% 1,03; 1,10), diabetes (RP: 1,07 – IC95% 1,00; 1,15) e acidente vascular cerebral (RP: 1,20 – IC95% 1,04; 1,38). Na análise multivariada, observou-se que a raça/cor da pele preta está associada a maior prevalência de hipertensão arterial (RP: 1,19 – IC95% 1,15; 1,22), diabetes (RP: 1,17 – IC95% 1,09; 1,25) e acidente vascular cerebral (RP: 1,24 – IC95% 1,08; 1,43), e a raça/cor da pele parda à hipertensão arterial (RP: 1,05 – IC95% 1,03; 1,07) e diabetes (RP: 1,05 – IC95% 1,00; 1,10). Existe uma maior prevalência de doenças crônicas na população preta e parda no Brasil.