CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E TOXICOLÓGICA DE EXTRATOS OBTIDOS DE ESPÉCIES VEGETAIS DO BIOMA DA CAATINGA E SEUS EFEITOS SOBRE A RESPOSTA INFLAMATÓRIA E HEMOSTASIA
Compostos fenólicos; toxicidade; coagulação sanguínea; Inflamação.
A inflamação é composta de uma reação vascular e outra celular, conferindo diferentes reações de tecidos e células, tanto do ambiente intravascular, como o do ambiente extravascular. À medida que o processo inflamatório ocorre, proteases da coagulação, em especial a trombina (FIIa), são capazes de desencadear diversas respostas celulares na biologia vascular e por isso, frequentemente é observada a ativação de outros sistemas biológicos, levando a complicações durante um evento inflamatório, como a trombose. Assim, moléculas que interferem positivamente nesses eventos são modelos interessantes para o desenvolvimento de novos fármacos anti-inflamatórios. Neste contexto, destacam-se os metabólitos secundários de plantas medicinais, os quais interagem com diversas proteínas envolvidas em processos biológicos importantes, incluindo inflamação e coagulação. Por essa razão, o presente trabalho teve por objetivo caracterizar química e toxicologicamente os extratos vegetais de duas espécies do Bioma caatinga (Turnera subulata e Licania rigida Benth), bem como, avaliar os potenciais anti-inflamatórios e anticoagulantes dos extratos. Os extratos foram obtidos a partir da coleta e secagem do material vegetal com posterior extração aquosa e alcoólica, sendo em seguida rotaevaporados e liofilizados. Os extratos de Turnera subulata e Licania rigida Benth apresentaram flavonoides como principais fitocomponentes e baixa toxicidade, além de mostrarem um efeito anticoagulante interessante pelos ensaios de TTPA, TP, inibição direta da trombina e indireta através do cofator II da heparina. Sobre a inflamação, os extratos apresentaram significativo efeito inibitório com redução de citocinas pró-inflamatórias (TNF-α e IL-1β) e efeito estimulatório sobre a IL-10, além de serem capazes de reduzir prostaglandina E2 e óxido nítrico. Assim, os resultados exibidos pelos extratos, apontam estes como alvo farmacológico com perspectivas para o desenvolvimento de novas drogas anti-inflamatórias.