O entrelaçamento entre plano discursivo e metáfora situada no artigo de opinião
Plano discursivo. Metáfora situada. Linguística Funcional-Cognitiva. Artigo de opinião. Argumentação.
Investigamos, neste trabalho, a relação entre a categoria plano discursivo e a metáfora situada em artigos de opinião. Objetivamos analisar o entrelaçamento defendido entre o plano discursivo de textos argumentativos, particularmente, artigos de opinião, e o uso de metáforas situadas, com ou sem suporte metonímico, considerando, ainda, a atuação dos mecanismos funcionais de (inter)subjetividade e inferência pragmática. Para tanto, sustentamo-nos numa perspectiva funcional-cognitiva, com base em Givón (1995, 2001, 2011 [1979]), Tomasello (1998), Traugott e Dasher (2002), Bybee (2010), Furtado da Cunha, Costa e Cezario (2015), Lakoff (1987), Fauconnier (1997), Fauconnier e Turner (2002), Lakoff e Johnson (2003 [1980]), Steen (2011), entre outros. Ancoramo-nos em Hopper e Thompson (1980), Haido (1996) e Lemos (2020), para as discussões sobre plano discursivo, e em Vereza (2007, 2013, 2016, 2017), para a metáfora situada. Metodologicamente, valemo-nos tanto do raciocínio indutivo quanto do dedutivo na observação do fenômeno analisado. A pesquisa é de natureza qualitativa e descritivo-explicativa. O material empírico de análise compõe-se de quatro artigos opinião distribuídos em macrotemas, os quais incluem educação e cultura, segurança e política. Os resultados preliminares mostram que, quanto ao plano discursivo dos textos, as metáforas situadas (on-line) são preferencialmente utilizadas em posição de figura, constituindo um mecanismo empregado a serviço da argumentação nos textos analisados. Os achados mostram, ainda, que o processo de criação/compreensão dessas metáforas produzidas on-line é sustentado por modelos cognitivos, como a MESCLAGEM CONCEPTUAL e os ESQUEMAS IMAGÉTICOS. Esses modelos circunstanciam a forma como entendemos tais metáforas, havendo, assim, entrelaçamento entre cognição, discurso e linguagem. Nessa direção, verificamos que a construção das metáforas situadas está para a forma assim como os processos cognitivos anteriores à linguagem estão para a função. Nossas conclusões preliminares evidenciam a estreita relação entre forma e função, defendida pela vertente teórica em que nos fundamentamos.