A CENA PÓS COQUETEL: INTERFACES DA AIDS NAS ARTES DA CENA
Aids, Artes Cênicas, Epidemia discursiva, Metáfora, Pós coquetel.
Este trabalho lê a aids como metáfora e defende o uso da metáfora a partir da construção ensaiada pela autora Susan Sontag (2007). Aqui apresento apenas algumas provocações em formato de gota, uma gota reagente dos fluídos da pesquisa em andamento intitulada até o presente de “A cena pós coquetel: Interfaces da Aids nas artes da cena”. Discutiremos as representações poéticas da aids nas artes da cena e como estas interagem com elementos intrínsecos a uma cultura caracterizada pelo domínio masculino, pelas disparidades sociais entre as fronteiras de gênero, classe e raça. Esta dose que lhes apresento é um compilado de escritos em formato de ensaio dos primeiros semestres de pesquisa sobre a noção de “pós coquetel” elaborada por Alexandre Nunes (2015). Proponho revisar a noção de pós coquetel como uma possível representação para o exame discursivo da epidemia nas artes da cena no Brasil. Esta representação que dialoga com ideia de“epidemia discursiva” refletida por Marcelo Secron Bessa (1997) surge no campo literário, sendo deslocada para um contexto no qual a epidemia se dê no âmbito nacional das artes da cena, experimento lançar um olhar pós coquetel às artes da cena, e exemplifico como esta noção influencia a leitura dos processos de criação no cenário nacional do teatro e da performance como auto ficção. Na segunda parte do trabalho me deixo contaminar por experiências performáticas tecendo algumas reflexões sobre elas.