AS FACES DE GAIA: os modos de compreensão do corpo na Gaya Dança Contemporânea
Dança. Corpo, Fenomenologia. Gaya Dança Contemporânea
Antes de apresentar as configurações atuais, a Gaya Dança Contemporânea, projeto de extensão existente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, passou por diversas e significativas transformações desde o seu advento em 1990 até os dias de hoje. Como a deusa grega e personificação do planeta, Gaia também responde de formas diferentes às situações as quais é submetida e se reinventa como uma nova Terra. Do mesmo modo, este grupo de dança vem se comportando durante sua existência e, a cada situação a que se põe a experienciar, seus modos de viver o corpo que dança vão sendo alterados e eles se reconfiguram mostrando outras faces distintas. Objetivando entender esse processo, nos valemos da Fenomenologia como abordagem metodológica para propor atravessamentos e discussões a partir das experiências de participantes do grupo e dos conceitos inerentes à dança como: dança e educação, dança e rendimento, dança e criação. Os resultados apontam para três faces distintas apresentadas pelo grupo em sua linha do tempo e que delimitam os capítulos do texto: a primeira face cujo perfil é o caráter artístico-pedagógico; a segunda que evidencia a busca por um padrão estético de alto rendimento técnico e artístico e a terceira que prima pelas coletividades. A partir desse panorama, o corpo que dança na Gaya é enxergado como um híbrido de si mesmo, afetado pela sua historicidade, e pela gama de referências refletidas em suas faces desde o seu surgimento seguindo-se até os dias atuais.