O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA EDUCAÇÃO: ampliação do espaço ocupacional e precarização na assistência estudantil
Serviço Social. Educação. Ampliação do espaço ocupacional. Transformações societárias. Precarização do trabalho.
Esta dissertação versa sobre o trabalho do assistente social na educação, na particularidade da assistência estudantil. Parte-se do pressuposto de que, enquanto trabalhador assalariado, o profissional de Serviço Social não está imune aos rebatimentos das transformações societárias e de suas implicações sobre a classe trabalhadora, dentre os quais a precarização. Tomando como lócus de pesquisa as Instituições Federais de Educação (IFEs) do município de Natal/RN, tem por objetivo analisar os determinantes e as formas através das quais a precarização se expressa no trabalho profissional na educação, no contexto de ampliação do espaço ocupacional na assistência aos estudantes. Alicerçada no método crítico dialético, buscou problematizar, a partir das mudanças que atravessam o ensino superior no Brasil, notadamente a partir da primeira década do século XXI, os elementos que contribuíram para a ampliação do mercado de trabalho no âmbito da política de educação e as condições sob as quais essa ampliação tem sido materializada. Como forma de subsidiar as análises teórico-metodológicas, foram realizadas, além da pesquisa de campo com assistentes sociais inseridas nas IFEs, através de entrevistas semi-estruturadas, a revisão bibliográfica, que acompanhou todo o processo de realização deste estudo, e a pesquisa documental, que envolveu, dentre outros, o estudo de documentos relativos às instituições pesquisadas. As reflexões tecidas permitiram apreender que, ainda que guardadas especificidades, o trabalho do assistente social nas IFEs é atravessado pela precarização, que se torna estrutural no capitalismo contemporâneo, expressando-se nesses espaços, dentre outras formas, na sobrecarga de trabalho, na elevação de seu ritmo e intensidade, na extensão da jornada e na cobrança por resultados imediatos; sofrendo ainda os rebatimentos da assistência estudantil como política seletiva e focalizada. Atravessando o trabalho profissional, a precarização reflete não só em seu desenvolvimento, atingindo também as assistentes sociais através do desgaste físico e emocional e desafiando-as a buscar estratégias para a ela resistir.