INSTRUMENTO DE ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DE SUICÍDIO EM PROFISSIONAIS DA SAÚDE DA URGÊNCIA E EMERGÊNCIA: REVISÃO DE ESCOPO
Suicídio. Pessoal de saúde. Tecnologias em saúde. Ideação suicida e Escala de risco de suicídio
O suicídio é um importante problema de saúde pública, consistindo em um fenômeno complexo e multicausal, com prevalência de sintomas depressivos e incidência de suicídio elevados entre profissionais da saúde, especialmente nos setores de urgência e emergência. Neste contexto se almeja a redução do número de casos através do uso de tecnologias acessíveis, como um instrumento de estratificação de risco para suicídio nos profissionais de saúde destes setores. O objetivo do estudo foi identificar e mapear os instrumentos de estratificação de risco de suicídio existentes para profissionais da saúde que atuam nas urgências e emergências hospitalares. Consiste em uma revisão de escopo fundamentada pelas recomendações do Joanna Briggs Institute, segundo o guideline Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta- Analyses extension for Scoping Reviews. O protocolo do estudo foi registrado no Open Science Framework (https://osf.io/xakpf/), com identificação DOI: 10.17605/OSF.IO/XAKPF. Foram verificados artigos, dissertações e teses em 07 bases de dados nacionais e internacionais pelo emprego do mnemônico PCC: P de População – Tecnologias em saúde; C de Conceito – Suicídio; C de Contexto – Pessoal de Saúde. Os critérios de inclusão foram pesquisas que respondam ao objetivo deste estudo, publicadas online, na íntegra, e materiais como livros, manuais, protocolos e legislações de órgãos ministeriais ou entidades especializadas na área e sem limite temporal, e os critérios de exclusão foram editoriais, ensaios teóricos e a presença de estudos repetidos. Com isso, foram selecionados uma amostra final de 114 artigos publicados entre os anos de 1984 a 2023. Os resultados mostraram que 46,61% dos estudos eram voltados para o público de profissionais de saúde, correspondendo a 33,33% em ambientes de serviços de saúde em geral e 30,70% em ambientes hospitalares e, ainda, que em sua maioria as tecnologias apresentadas foram leves-duras, com demonstração de prevalência de fatores pertinentes a saúde mental, impactos e fatores psicossociais de trabalho, representando 83,33% em pesquisas voltadas ao âmbito gerencial. Observou-se que não há instrumento de estratificação de risco de suicídio voltado para o público de profissionais de saúde da urgência e emergência, entretanto há muitos estudos que favorecem a verificação de circunstâncias ou fatores de risco que propiciam a ideação suicida, sendo possível a estruturação de um instrumento com essa finalidade. Um instrumento de estratificação de risco de suicídio desempenharia papel crucial para redução de casos e maior assistência à saúde mental de servidores.