ARENA CONTEMPORÂNEA: O EMBATE DIALÓGICO NAS FANPAGES “VERDADE SEM MANIPULAÇÃO” E “MOVIMENTO ENDIREITA BRASIL”
Embates dialógicos. Polêmicas discursivas. Facebook. Redes sociais.
A contemporaneidade se apresenta fluida (BAUMAN, 2001), uma vez que o tempo e o espaço se mostram marcados pela dinamicidade e pelo movimento incessante. A quebra dos sólidos, das verdades inabaláveis, dos discursos engessados e das instituições impenetráveis, tem nos lançado para a investigação de práticas discursivas que se dão em esferas que demandam a construção de conhecimento a fim de se compreender o sujeito que se gesta nessa contemporaneidade fluida. As redes sociais, especificamente, o Facebook, estão no cotidiano das pessoas, como espaços sóciodiscursivos (ARAÚJO, 2007) que ampliam/potencializam/amplificam e promovem o surgimento de vários gêneros discursivos e suportes de texto. As novas interações, construídas e constituídas pela/na internet, geram novas relações sociais, novos padrões de relacionamento com o outro e com o mundo. Este trabalho objetiva analisar os embates dialógicos que foram/são construídos pelos sujeitos, na rede social em questão, mais especificamente, nas fanpages: Verdade sem manipulação e Movimento Endireita Brasil, e como se constituem, discursivamente, esses embates encontrados nos enunciados concretos que compõem o corpus de análise. O recorte se dará temporalmente, delimitando-se um período de postagens que recobre o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, desde a sua admissibilidade até a sua conclusão. Para analisar esse corpus, recorre-se ao aporte teórico de Círculo de Bakhtin (1993, 2016) no que diz respeito à concepção de linguagem, constitutivamente dialógica; de embate dialógico e posicionamentos/valorações. No que concerne à modernidade líquida, recorre-se às postulações de Bauman (2001) e de cultura da conexão de Jenkins (2014). A construção dos dados, dá-se a partir do enfoque da pesquisa qualitativo-interpretativista, lançando mão da interpretação dos índices linguístico/discursivos, a partir do paradigma indiciário de Ginzburg (1990).