Utilização intracoágulo de espuma fibrinolítica - Preparação, caracterização e atividade in vitro de uma espuma de estreptoquinase e proposta de uma nova abordagem terapêutica
Albumina Sérica; Emulsões; Espumantes; Estreptoquinase; Fibrinólise; Fibrinolíticos; Substâncias Viscoelásticas; Terapia Fibrinolítica; Terapia Trombolítica; Trombólise Terapêutica; Veículos Farmacêuticos
As tromboses vasculares representam doenças potencialmente fatais, sendo permanente a busca por fármacos eficazes e seguros para tratá-las. Novas técnicas e medicamentos tentam obter a fibrinólise sem a ocorrência de complicações hemorrágicas. Os fibrinolíticos não são isentos de tais complicações, e suas diluições aquosas não permitem uma longa permanência no local do trombo. Escleroterapias venosas têm seu efeito aumentado quando aplicadas na forma de espumas. Estas são mais viscosas que as soluções aquosas permitindo aos agentes esclerosantes permaneçam maior tempo em contato com o endotélio. Assim, uma espuma foi desenvolvida para acrescentar uma nova forma de veiculação de fibrinolítico, aumentando a área de contato e o tempo de permanência junto ao trombo acarretando maior eficiência terapêutica. Utilizando-se doses menores de fibrinolítico os potenciais hemorrágicos serão diminuídos. A espuma fibrinolítica foi criada com CO2, albumina humana e estreptoquinase. Testes com diferentes razões de fases gás/líquido, de estabilidade e viscosidade aparente foram realizados para caracterização das espumas e escolha da mais estável. A estreptoquinase em doses reduzidas (100.000 UI/mL) foi utilizada como fibrinolítico veiculado em um mL de espuma e na solução salina isotônica (0,9%). A espuma sem fibrinolítico também foi utilizada como comparativo. Testes in vitro foram realizados utilizando-se coágulos frescos, secados, pesados, e colocados em tubos de ensaio e mantidos a 37ºC. A espuma fibrinolítica e a solução fibrinolítica preparada pela diluição com solução salina isotônica foram testadas por aplicação intracoágulo em doses idênticas através de cateter multiperfurado e pistola de injeção. Os resultados in vitro evidenciaram que a espuma trombolítica apresentou atividade lítica de 44,78 ± 9,97%, enquanto as mesmas doses da estreptoquinase em solução salina isotônica promoveram 32,07 ±3,41% de lise dos coágulos. Na espuma sem fibrinolítico a redução do trombo foi de 19,2 ± 7,19%. Conclui-se que a espuma fibrinolítica pode potencializar o efeito fibrinolítico da estreptoquinase, quando comparado ao efeito da solução preparada com solução salina podendo ser uma alternativa promissora nos tratamentos das tromboses. Os dados obtidos sinalizam para necessidade de estudos in vivo para comprovação dos obtidos nos in vitro.