A educação made in Rio Grande do Norte: entre as políticas desenvolvimentistas e o projeto hegemônico da Aliança para o Progresso (1961-1971)
Aliança para o Progresso; Projeto hegemônico; Educação
Esta tese analisa os processos educacionais implementados pelos governos estaduais de Aluízio Alves e Monsenhor Walfredo Gurgel (1961-1971), destacando a política desenvolvimentista e o financiamento do Programa Aliança para o Progresso no Estado do Rio Grande do Norte. Tal programa, pautado pela política de ajuda externa dos Estados Unidos para a América Latina, tinha em sua proposta a ideia de consolidar a democracia e preservar a liberdade; ideias que se vinculavam a um amplo projeto hegemônico. Para tanto, o desenvolvimento econômico e social, seriam incentivados visando o controle e dominação. Para forjar esse desenvolvimento, tais governos, alinhados às recomendações internacionais, utilizaram como estratégia o planejamento, a organização administrativa, o financiamento em projetos e a educação como "fator de desenvolvimento". Nesse sentido, abordamos uma série de acordos de cooperação técnica e financeira e as recomendações das Conferências Interamericanas que geraram políticas públicas envolvendo a educação nacional. Através da pesquisa documental do governo estadual, do Ministério das Relações Exteriores, CEPAL, cartas, relatórios e ofícios do INEP e CBPE, dossiês do departamento de governo, relatórios de embaixada e consulados norte-americanos, jornais nacionais e locais, nosso trabalho procurou demonstrar que por trás do discurso desenvolvimentista adotado pelos governantes, das recomendações dos organismos internacionais e do financiamento norte-americano apresentavam-se formas sutis de dominação hegemônica que visavam forjar uma educação direcionada para a formação de mão de obra para atender às demandas do mercado internacional e conter o avanço da esquerda no Nordeste brasileiro.