A ESTÉTICA HILSTIANA, EM CONTOS D’ESCÁRNIO. TEXTOS GROTESCOS, À LUZ DA PORNOGRAFIA
Hilda Hilst, escrita, pornografia, erotismo.
Este trabalho tem como objetivo analisar a segunda obra da trilogia novecentista de Hilda Hilst, Contos D’escárnio. Textos Grotescos (1990), tendo a pornografia como categoria de análise. O presente estudo, a partir de teóricos como Lynn Hunt (1999) e Susan Sontag (1987), reflete sobre o caráter da pornografia enquanto gênero artístico-literário, partindo da reflexão sobre o seu histórico de transformação ao longo de seu surgimento e questionando as definições reducionistas que acabam por tratar pornografia e arte como elementos antitéticos. Altercações a respeito da oposição entre erotismo e pornografia enquanto gêneros literários distintos também serão feitas, evidenciando os problemas conceituais e de estrutura envolvendo tal antinomia. Aqui as incongruências apontadas por parte da crítica na estética de Hilst, quando se tratando de escrita pornográfica, são vistas sob uma perspectiva de inovação. A análise, portanto, se dará através da observação feita sobre a maneira como Hilda dialoga por meio de sua escrita com elementos composicionais da pornografia, levando em consideração a historicidade do gênero. As contribuições de Maingueneau (2010) a respeito do discurso pornográfico se fazem de extrema importância para o desenvolvimento analítico desta pesquisa.