DOENÇAS RESPIRATORIAS: UMA ANALISE CLIMATICA E SOCIODEMOGRAFICA
Saúde e clima; modelagem estatística; Nordeste e Sudeste
As doenças do aparelho respiratório são um grupo de patologias de ampla notificação de hospitalizações no Brasil, sendo um importante fator no adoecimento e óbito, principalmente, entre as crianças e idosos. Há um consenso na literatura cientifica que comprovam que as doenças respiratórias se mostram importantes por vários fatores de risco, que podem estar relacionados aos comportamentos ou hábitos individuais, assim como ambientais, ou aqueles decorrentes de alterações em elementos meteorológicos. O presente estudo tem como objetivo avaliar a influência de fatores sociodemográficos e variabilidade das variáveis meteorológicas ao número de taxa de mortalidade por doenças respiratórias em capitais das regiões Nordeste e Sudeste do Brasil. Para compor a analogia proposta no estudo serão considerados as taxas de mortalidade dos casos notificados das doenças respiratórias, variáveis climáticas, variáveis sócio sanitárias e indicadores das condições de infraestrutura em saúde. Serão utilizadas as seguintes fontes de informações: 1) Xavier et al. (2015) e o Banco de Dados Meteorológicos (BDMEP) para os dados meteorológicos; 2) Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), 3) Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), 4) Cadastro Nacional de Estabelecimentos em Saúde (CNES), 5) cobertura do Estratégia de Saúde da Família (ESF); 6) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e 7) Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento (PNUD) para informações sociodemográficos. Será empregada a modelagem via Equações de Estimação Generalizada para verificar associações significativas entre as variáveis meteorológicas e as taxas de mortalidade. Posteriormente, pretende-se analisar o padrão da taxa de mortalidade de doenças respiratórias relacionados também aos fatores sociodemográficos. As saídas gráficas e as análises estatísticas foram realizadas com auxílio do software estatístico livre R. Os resultados preliminares da modelagem via GEE, foram realizados para as capitais de Natal/RN e Belo Horizonte (MG). Constatou-se que o comportamento das variáveis meteorológicas influencia na mortalidade por doenças respiratórias, e acredita-se a princípio que a atuação das variáveis muda conforme a região. Em Natal/RN observou-se associação significativa entre as temperaturas e as taxas de mortalidade, destacando relação inversa com a temperatura máxima. Já em Belo Horizonte/MG o modelo ajustou-se significativamente com a precipitação pluvial e a umidade relativa do ar, ressaltando também uma relação inversa com a umidade. Acredita-se que os resultados deste trabalho serão úteis para a vigilância em saúde, colaborando assim na mitigação de medidas públicas que busquem reduzir os impactos de fatores socioeconômicos e condições atmosféricas na ocorrência deste grupo de enfermidades.