AVALIAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DE MAGNÉSIO DE
PACIENTES SUBMETIDOS A QUIMIOTERAPIA COM DERIVADOS
DE PLATINA EM ASSOCIAÇÃO COM INIBIDORES DE BOMBAS DE
PRÓTONS E SUA CORRELAÇÃO COM AS NEUROPATIAS.
Compostos de platina; Inibidores de bomba de prótons; Magnésio;
Os medicamentos à base de platina são prescritos regularmente no tratamento do
câncer e, embora sejam eficazes, seu uso é limitado pelos efeitos colaterais graves.
Outro grupo de medicamentos utilizados em pacientes oncológicos são os inibidores
da bomba de prótons (IBP) com finalidade de prevenir e tratar reações gástricas
durante o tratamento oncológico. No entanto, ambos os medicamentos podem causar
hipomagnesemia por mecanismos diversos. O trabalho tem por objetivo avaliar as
concentrações séricas de magnésio em pacientes submetidos a quimioterapia com
derivados de platina em associação com inibidores de bombas de prótons e sua
correlação com as neuropatias. Trata-se de um estudo clínico randomizado e duplo
cego. Foram incluídos 164 pacientes em início de quimioterapia com regimes
contendo cisplatina ou carboplatina, verificando-se os critérios de inclusão e exclusão.
Os voluntários foram aleatorizados em Lotes 1 e 2 na razão de 1:1, de forma
consecutiva, nos grupos fazendo uso de cisplatina e carboplatina. Os lotes foram
revelados somente após o encerramento do estudo. De acordo com os dados, houve
uma maior frequência de portadores de câncer de cabeça e pescoço e de pulmão,
para ambos os grupos. A média de idade foi de 61.0 ± 12.5 para o grupo placebo e de
57.7 ± 14.3 para o grupo IBP, onde os protocolos mais frequentes foram a
Carboplatina mais Paclitaxel, seguido da Cisplatina (Monoterapia). Com relação a
hipomagnesemia, destacou-se uma tendência de diminuição dos níveis séricos de
magnésio em ambos os grupos (β = -0.035; p<0.001), sobretudo naqueles pacientes
com a função renal preservada (β = -0.414; p<0.001). Houve decaimento de magnésio
sérico mais acentuado no grupo omeprazol comparado ao placebo (β = -0.121; p =
0.031). As manifestações clínicas do trato gastrointestinal e neuropatia, não
apresentam diferenças na ocorrência, porém o uso do omeprazol ocasionou menor
ocorrência de náuseas e vômitos (p=0.005). Os resultados do estudo demonstraram
uma tendência de hipomagnesemia em ambos os grupos, com maior
hipomagnesemia no grupo de intervenção, mas sem diferença significativa nas
reações avaliadas. O grupo de platinas associados ao omeprazol sugere um benefício
na associação como prevenção de náuseas e vômitos.