EFEITOS DO α-TOCOFEROL EM UM MODELO FARMACOLÓGICO PROGRESSIVO DA DOENÇA DE PARKINSON EM RATOS
Reserpina, Doença de Parkinson; α-tocoferol; Detrimento motor, Prejuízo mnemônico.
A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurodegenerativo progressivo que afeta aproximadamente de 1-2% da população mundial, com maior prevalência entre os homens. Os principais sintomas são motores, e incluem bradicinesia, rigidez, instabilidade postural e tremor em repouso. Além disso, ocorrem sintomas não motores, tais como distúrbios do sono, ansiedade, depressão, e déficits cognitivos. Tais alterações clínicas são consequência da perda irreversível de neurônios dopaminérgicos principalmente na substância negra parte compacta. O tratamento mais eficaz para a DP é o uso da levodopa, porém, esta medicação trata apenas os sintomas, apresentando limitações após o uso prolongado. Sendo assim, consideram-se alternativas de tratamento que pudessem conferir neuroproteção, retardando a progressão da doença e/ou prevenindo o surgimento dos sintomas. Um exemplo seria o uso de antioxidantes, dentre eles, o α-tocoferol. Os mecanismos, assim como a natureza crônica da doença, podem ser mimetizados e estudados a partir do uso de modelos animais. Dessa forma, o principal objetivo do nosso estudo foi investigar os efeitos da administração do α-tocoferol sobre os danos motores, cognitivos e neuronais em um modelo animal para doença de Parkinson. Utilizamos a administração repetida de uma dose baixa de reserpina, concomitante com a aplicação de α-tocoferol. Nós observamos que o tratamento repetido com reserpina provocou déficits cognitivos e motores de forma progressiva, além de uma diminuição na marcação para a enzima tirosina hidroxilase (envolvida na síntese de dopamina) na via nigroestriatal. No entanto, esses déficits não foram apresentados pelo grupo de animais tratados com α-tocoferol, evidenciando um provável efeito neuroprotetor provocado pelo antioxidante. Podemos concluir que a aplicação de α-tocoferol foi capaz de prevenir as alterações causadas pela administração de reserpina. Ainda, o nosso estudo sugere que a indução de danos motores e cognitivos progressivos pela reserpina quando aplicada em baixas doses são adequados para o estudo de possíveis intervenções neuroprotetornas para a DP.