PREVALÊNCIA DA INFECÇÃO POR PAPILOMAVÍRUS HUMANO, HERPES SIMPLEX TIPOS 1 E 2 E CHLAMYDIA TRACHOMATIS NA POPULAÇÃO FEMININA DA GRANDE NATAL/RN
Papilomavírus humano, Herpes simplex tipos 1 e 2, Chlamydia trachomatis e fatores de risco
Infecções sexualmente transmissíveis são um dos maiores problemas de saúde pública, especialmente em países em desenvolvimento. A aquisição dessas doenças durante o início da atividade sexual é freqüente, sendo que muitas dessas infecções têm curso benigno, evoluindo para cura sem necessidade de tratamento. Entretanto, em algumas delas os sintomas desaparecem, mas o patógeno permanece em latência podendo ser reativado posteriormente voltando a forma produtiva e evoluir para formas graves da doença. Em outros casos a infecção pode ser reativada durante a gestação podendo ser transmitida verticalmente da mãe para o filho resultando em infecção congênita que pode causar danos imediatos ao feto ou deixar sequelas que se manifestarão em longo prazo. Alguns fatores de risco são considerados clássicos para a infecção por patógenos sexualmente transmissíveis como início precoce da vida sexual, múltiplos parceiros sexuais ao longo da vida, número de gestações, uso de contraceptivos orais e co-infecções por diferentes patógenos. Neste estudo foi avaliada a prevalência de infecção genital por pelo Pailomavírus humano, pelo vírus Herpes simples e por Chlamydia trachomatis em mulheres da região metropolitana de Natal, pela detecção do DNA desses patógenos por meio de PCR. Avaliou-se a presença desses agentes em função das características sócio-demográficas da população estudada e dos fatores de risco clássicos para doenças sexualmente transmissíveis e a prática do tabagismo. Foram analisados espécimes cervicais de 261 mulheres sexualmente ativas, com idade entre 13 e 79 anos que arroladas entre aquelas que compareceram as Unidades de Saúde para fazer o exame de rastreamento do câncer de colo do útero. Do total de mulheres pesquisadas, 87% não apresentaram alterações significativas no exame citológico e apenas 2,7% apresentaram alterações citológicas. Foram encontradas taxas de prevalência de 37,9% para HPV, 4,6% para C. trachomatis e 26% para o vírus Herpes simples. A prevalência da infecção por HPV foi maior nas mulheres com até 25 anos, nas solteiras e naquelas que tiveram múltiplos parceiros sexuais. Constatou-se que as mulheres com infecção simultânea por Herpes simples 1 e 2 aprestaram maior prevalência de infecção por HPV. Não foi observada qualquer associação entre C. trachomatis seja na infecção isolada ou na infecção simultânea com o vírus Herpes simples, com aumento da prevalência do HPV. A prevalência da infecção pelo Herpes simples não apresentou qualquer indício de associação com nenhum dos fatores de risco analisados.