Atuações e papéis femininos: o corpo a corpo da atriz no teatro pernambucano durante a ditadura militar
Gênero; Memória; Corpo; Atriz; Ditadura
Esta pesquisa visa investigar a atuação feminina no teatro pernambucano durante a ditadura militar brasileira na década de 1970, analisando os trabalhos de quatro atrizes dos grupos Teatro Hermilo Borba Filho, Vivencial e Expressão, que atuaram no período. Lança-se um olhar sobre o corpo feminino no teatro a partir de uma transgressão cênica corporal: a consciência de uma insubordinação corpórea em resposta a um determinado contexto. No entanto, antes delineou-se um panorama sobre a posição artística e sociocultural da mulher no teatro, nos períodos que antecedem a ditadura no Brasil e em Pernambuco, abrangendo referências teatrais e históricas, com o objetivo de refletir sobre como estas colocações interferiram na imagem social da atriz no contexto ditatorial. Em paralelo, desenvolve-se uma reflexão sobre o corpo cênico que se opunha à ditadura, um corpo que viola as normas estabelecidas, o Corpo Transgressor. Partindo de análises feitas com as entrevistas realizadas com as atrizes, o estudo é desenvolvido construindo-se conexões entre as falas das artistas e os pressupostos filosóficos de Henri Bergson. É também elaborada uma reflexão sobre as mudanças do corpo feminino no teatro na História, em consonância com o conceito também filosófico do Devir Mulher de Felix Guattari.