QUESTÕES DE GÊNERO NA VIDA DE MULHERES MÃES DE CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA
Mulheres; Relações Sociais de Gênero; Deficiência.
Nesta investigação consideramos que as determinações das relações sociais de gênero, expressas, sobretudo, na divisão sexual do trabalho implicam na responsabilização das mulheres pelos cuidados com a prole e realização do
trabalho doméstico. No âmbito da família de uma pessoa com deficiência, são as mulheres que mais realizam adaptações na rotina, ou passam a dedicar-se exclusivamente ao familiar dependente. Nesse sentido, além das relações de gênero determinar o lugar que a mulher assume no âmbito do cuidado com a prole, contribui na construção de ideias que as mulheres mães têm acerca do processo de maternar uma criança com deficiência. A partir desses elementos, temos o seguinte objetivo: Explicitar, a partir das relações sociais de gênero, as desigualdades vivenciadas pelas mulheres mães de crianças com deficiências colaboradoras da pesquisa, assim como os desafios enfrentados no cotidiano.Trata-se de uma pesquisa qualitativa, apoiada na metodologia da pesquisaação. A pesquisa-ação propõe uma estreita associação entre pesquisador e os colaboradores da pesquisa na resolução de um problema suscitado pelo grupo colaborador, assume, pois, um caráter coletivo. Para fins de coleta e construção dos dados utilizamos a observação, realizada no contato direto com os sujeitos e instituição envolvida, a entrevista semiestruturada individual com 07 (sete) mulheres mães de crianças com deficiência, análise de documentos, para mapear e descrever o campo de pesquisa e seu território, intervenção com a participação de 05 (cinco) das 07 mulheres entrevistadas, aplicação deinstrumento de avaliação da intervenção. À guisa de conclusão, destacamos que a investigação explicitou a manutenção de concepções acerca da maternidade forjada na estreita associação entre religiosidade e gênero. As reflexões e diálogos promovidos mostraram que, alguns processos de adoecimentos,acometidos às mulheres estão relacionados a sobrecarga de atividades dedicadas aos/as filhos/as e a família assim como, é pouco o tempo dedicado as necessidades próprias. Identificou que, as mulheres mães colaboradoras da pesquisa vivenciam processos estigmatizantes que invisibiliza suas demandas e necessidades. Foi ainda possível explicitar que, como forma de enfrentamento a extenuante rotina constroem redes de apoio social que alivia o peso da caminhada.