Estudo da influência do resíduo proveniente do corte de pedras ornamentais nas propriedades de argamassas 3D
Argamassa, impressão 3D, RPPO, propriedades mecânicas, resíduo.
Nas últimas décadas, a indústria da construção civil tem avançado consideravelmente, e isso se dá, sobretudo, pela busca por maior produtividade, mitigação do impacto ambiental negativo causado pela extração de matéria-prima da natureza e redução de custos, visando a competitividade do mercado. Diante disso, a criação de novos métodos construtivos tem sido bastante difundida, como é o caso da construção a partir da impressão 3D, a qual permite a execução de peças de concreto, argamassa, alvenarias, entre outras, com rapidez, flexibilidade de conformação - pois este método não se utiliza de formas - e de forma automatizada, visto que a metodologia não necessita de operários para execução do objeto a ser impresso. Ademais, a substituição de matérias-primas naturais por resíduos, seja da própria indústria da construção civil ou não, além de reduzir o impacto ambiental negativo gerado pela retirada da matéria-prima natural, dá-se também uma utilização nobre a este resíduo que outrora seria descartado, na maioria dos casos, de forma onerosa para fonte geradora. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo avaliar a influência da substituição parcial do agregado miúdo utilizado pelo resíduo do corte de pedras ornamentais (RPPO) nas propriedades físicas e mecânicas da argamassa 3D. A substituição do agregado miúdo pelo RPPO foi realizada nas proporções de 5, 10 e 15% em relação a massa do cimento, além disso, produziu-se, para comparação das propriedades, uma argamassa de referência, isto é, sem o RPPO. Analisou-se, no estado fresco, os ensaios de índice de consistência, bloco infinito e squeeze flow. No estado endurecido, verificou-se, por meio dos testemunhos extraídos dos blocos moldados, tanto propriedades físicas (absorção de água, densidade de massa e índice de vazios) quanto mecânicas (resistência à compressão e a tração na flexão) dos traços produzidos. Outrossim, realizou-se a caracterização física e química do RPPO por meio dos ensaios de granulometria, difratometria de raios X (DRX) e fluorescência de raios X (FRX). A resistência à compressão e a tração na flexão foram verificadas ensaiando-se nas direções de carga perpendicular e paralela as fibras, dentre as quais, a direção paralela às fibras apresentou melhores resultados no que se refere ao ensaio de tração na flexão. Os resultados de resistência à compressão variaram de 18,57 a 27,80 MPa, sendo este último referente ao traço com adição de 10% do RPPO, revelando que a adição do resíduo melhorou esta propriedade. No ensaio de resistência à compressão, não houve diferenças consideráveis em relação a direção de carga do ensaio. Os resultados de tração na flexão atingiram valores na faixa de 5,12 a 7,85 MPa, sendo este último referente ao traço com adição de 15% do RPPO, mais uma vez, mostrando que a adição do resíduo elevou a resistência mecânica da argamassa.