ANÁLISE DAS DIFERENÇAS ENTRE OS GÊNEROS NA MORTALIDADE POR SUICÍDIO EM IDOSOS NO BRASIL
Mortalidade. Suicídio. Idosos.
OBJETIVO: O objetivo desse estudo foi analisar a mortalidade por suicídio em idosos nos Estados brasileiros no período entre 2007 e 2016 considerando as diferenças entre os gêneros feminino e masculino. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo ecológico que analisou a mortalidade por suicídio de indivíduos de 60 anos e mais ocorrida no período de 1 de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2016 nos 26 Estados e o Distrito Federal do Brasil. Foram utilizados os óbitos categorizados a partir da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde - 10ª Revisão (Lesões Autoprovocadas Intencionalmente: X60-X84). A fonte das informações sobre os óbitos foi o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). RESULTADOS: Foram registrados 15.966 óbitos por suicídio em idosos no Brasil no período de 2007 a 2016, com proporção de 81% (12.923) para o sexo masculino e 19% (3.043) para o feminino. A principal causa dos óbitos foi a lesão autoprovocada intencionalmente por enforcamento, estrangulamento e sufocação com proporção de 65,94% e 54,03% para homens e mulheres, respectivamente. Em ambos os sexos a mortalidade por suicídio deu-se principalmente entre os casados, o local de ocorrência do suicídio mais prevalente foi o domicílio, entre indivíduos de raça/cor branca. A tendência mostra que a taxa de mortalidade por regiões do Brasil para ambos os sexos apresenta comportamento similar para todos os anos da série de 2007 a 2016. A Análise temporal da mortalidade por suicídio de idosos no Brasil no período pesquisado apresenta uma sobremortalidade masculina com destaque para as regiões Sul e Centro-Oeste. A estatística descritiva demonstra também média mais elevada para o sexo masculino (28,73) que para o feminino (5,45) em todo o período analisado. A Distribuição espacial da Taxa de Mortalidade padronizada (TMP) por suicídio de acordo com o sexo no Brasil apontou taxa de 6,29 óbitos a cada 100.000 habitantes por ambos os sexos, Para o sexo masculino taxa média de 28,14 óbitos e para o feminino taxa média de 5,24 óbitos, ambos por 100.000 habitantes. As maiores taxas médias de mortalidade por suicídio foram para o Rio Grande do Sul (ambos os sexos com 15,10, masculino com 69,50 e feminino com 12,08), Santa Catarina (ambos os sexos com 12,83, masculino com 56,59 e feminino com 10,61) e Piauí (ambos os sexos com 11,23, masculino com 47,51 e feminino com 11,50). CONCLUSÕES: Conclui-se que as diferenças na mortalidade por suicídio em idosos no Brasil ocorrem principalmente em termos quantitativos, com maior prevalência no grupo masculino. Apresenta tendência de aumento em ambos os sexos e disparidades em sua distribuição espacial. Quanto aos aspectos qualitativos pode-se observar, pela análise dos resultados encontrados e da literatura disponível, que a idade, o estado civil, as diferenças de raça e socioculturais existentes, as diferenças quanto à escolha dos métodos para o suicídio e as motivações que resultam no ato suicida, podem configurar diferenças entre os gêneros por suicídio na população idosa. Fazem-se necessários mais estudos com ênfase na análise dessas diferenças para fortalecimento dessas observações e suas comprovações.