VARIABILIDADE INTERANUAL DAS TROCAS de ENERGIA E CO2 EM UMA ÁREA REMANESCENTE do bioma caatinga SOB CONDIÇÕES EXTREMAS DE PRECIPITAÇÃO
Caatinga, Balanço de CO2, Balanço de Energia.
As pesquisas com foco nas trocas de energia, vapor de água e de CO2 sobre o Bioma Caatinga é recente. Por essa razão há lacunas a respeito desse tema que têm limitado nossa capacidade de entender e projetar variações interanuais e de longo prazo do ciclo do CO2 nesse ambiente. Assim, o objetivo deste projeto é identificar os fatores que influenciam os balanços de energia e de CO2 na Caatinga. Foi avaliado a dinâmica do CO2 em uma área preservada do Bioma Caatinga durante anos extremos de seca e precipitação intensa utilizando a simulação do modelo SITE® (Simple Tropical Ecosystem Model) que foi desenvolvido para estudar a resposta dos ecossistemas tropicais às condições ambientais. Foram utilizados dados meteorológicos dos anos de 2009 (precipitação intensa) e 2012 (seca extrema) de uma estação automática do INMET. O modelo SITE® já fora previamente calibrado para a região. Os resultados evidenciam o efeito da precipitação nas trocas de energia e massa sobre a Caatinga, evidenciado mais fortemente no particionamento do balanço de energia e no balanço de CO2. Durante o ano de 2009 (Precipitação intensa) a porção do Rn convertido em LE foi quase 6% superior aos valores observados durante o ano de 2012 (seca extrema). Em relação ao CO2 verificou-se que a Caatinga se comportou como sumidouro, mesmo sob condições de seca extrema (2012), cujos valores médios anuais a -1,86 µmol m-2 s-1 (2009) e -0,81 µmol m-2 s-1 (2012). Também foram analisadas as relações entre os valores mensais do GPP e NEE com a precipitação. Essas análises revelaram que há relação assintótica entre os referidos componentes do balanço de CO2 e a precipitação. Ficou evidente que tanto os valores mensais de GPP como NEE tendem a se estabilizarem a partir de volumes mensais da precipitação superior a 200 mm.