RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA (UV) NA COSTA LESTE DO NORDESTE DO BRASIL E MODELAGEM ESTOCÁSTICA DO ÍNDICE UV
ozônio total, aerossóis, métodos de imputação, modelo ADL, previsão.
A elevação da radiação ultravioleta (UV), a alta incidência de câncer de pele não melanoma (CPNM) no Nordeste do Brasil (NEB) e a redução da coluna total de ozônio foram os motivadores do presente estudo. O objetivo geral consistiu em identificar e compreender a variabilidade da UV e Índice de Radiação Ultravioleta (índice UV) nas capitais da costa leste do NEB e ajustar modelos estocásticos às séries temporais do índice UV visando realizar predições (interpolações) e previsões/projeções (extrapolações) seguido de análise de tendência. A metodologia utilizou análise de componentes principais, análise de cluster, método de média preditiva ou Predictive Mean Matching (PMM) para preenchimento de falhas nos dados, modelo autoregressivo de defasagens distribuídas ou Autoregressive Distributed Lag (ADL) e teste Mann-Kendal. A modelagem via ADL ocorreu através da estimação de parâmetros, diagnóstico, análise de resíduos e avaliação da qualidade das predições/previsões via erro quadrático médio e coeficiente de correlação de Pearson. Os resultados da investigação indicaram que a variabilidade anual da UV na capital do Rio Grande do Norte (Natal) possui uma característica nos meses de setembro e outubro que consiste em uma estabilização/redução do índice UV numa fase de crescimento da Radiação Solar Global em razão da maior concentração anual de ozônio total. A maior quantidade de aerossóis neste período contribui em menor intensidade para este evento. A aplicação da análise de Cluster na costa leste do NEB mostrou que este evento também ocorre nas capitais da Paraíba (João Pessoa) e Pernambuco (Recife). Os eventos extremos da UV foram identificados a partir da cidade de Natal e estavam associados a níveis abaixo da média anual de ozônio total e falta de cobertura de nuvens e não ocorriam na totalidade da região em função da distribuição espacial desigual dessas variáveis. O modelo ADL (4, 1), ajustado com dados de índice UV e ozônio total no período de 2001 a 2012, realizou a projeção/extrapolação para os próximos 30 anos (2013-2043) e indicou ao fim deste período elevação de cerca de uma unidade do índice UV caso o ozônio total mantenha a tendência de queda verificada nesse período.