UM TEMPO PARA PANDORA BRINCAR: etnografia acerca do tempo de lazer das operárias
Operárias; trabalho; lazer; trabalho doméstico; tempo livre.
Neste trabalho busco compreender o tempo feminino a partir das experiências das mulheres operárias que constroem os seus tempos livre e seus tempos de lazer na subjetividade de suas histórias traçadas por um quotidiano repleto de trajetórias de muito trabalho. O cotidiano das operárias expressa na construção de seus tempos de lazer articulado aos seus tempos de labuta, tanto nos espaços públicos quanto nos espaços privados. A necessidade de tempo livre e dimensão da construção do tempo de lazer feminino são perpassadas por todos os campos de atividades em que estão inseridas. De modo que, as operárias da Fábrica Iracema que produzem calçados plásticos da cidade de Sobral-CE tecem suas estratégias de lazer influenciadas pela liminaridade de seus espaços/tempos. Considerando que existe um estado liminar entre o mundo do trabalho e o mundo do lazer, procurou-se entender como são construídas as práticas e as suas representações de tempo livre e de lazer nas teias de suas sociabilidades (possibilidades, necessidades, dilemas e sonhos). Realizou-se uma pesquisa etnográfica para compreender o significado das práticas, trajetórias, experiências e representações construídas em espaços e tempos socialmente demarcados. A vida cotidiana é aqui definida, como uma dimensão ontológica da vida humana. Pois, esta não se resume aos rituais, às festas ou às condições excepcionais, sobre os quais os pesquisadores/especialistas normalmente se debruçam.