ESTRUTURA ECONÔMICA, MERCADO DE TRABALHO E EVOLUÇÃO SÓCIO-OCUPACIONAL NO RIO GRANDE DO NORTE – 2001 a 2008: reflexo de uma condição mercantil e estruturalmente periférica
Estrutura Econômica, Mercado de Trabalho, Divisão Social do Trabalho e Divisão Social do Espaço.
O objetivo da tese foi verificar a evolução da estrutura sócio-ocupacional no Rio Grande do Norte no período de 2001 a 2008, tendo por base a caracterização da estrutura sócio-econômica do estado a partir da análise do mercado de trabalho norte-rio-grandense. O estudo, mais especificamente, traçou um comparativo entre a dinâmica do mercado de trabalho no Rio Grande do Norte com a da capital, Natal. A finalidade a partir dessa perspectiva foi fazer uma relação entre a divisão social do trabalho e seus efeitos sobre a divisão sócio-espacial, representado na “escala macro” pela unidade federativa e na “escala micro” pela capital; lócus de concentração econômica e populacional. A coleta de dados sobre o mercado de trabalho teve como fonte principal de pesquisa a PNAD/IBGE, caracterizando o mercado de trabalho em diversos aspectos: pessoas em idade ativa, população economicamente ativa e pessoas ocupadas e desocupadas, classificadas por faixa de idade, sexo, cor, escolaridade, renda e condição de proteção social. Porém, quanto a divisão sócio-ocupacional, seguimos a metodologia utilizada pelo grupo de pesquisa em rede nacional, com sede no IPPUR/UFRJ, denominado de “Observatório das Metrópoles”, que reagrupou vinte quatro grupos que agregam as ocupações encontradas na PNAD/IBGE, em oito grupos de categorias sócio-ocupacionais, segundo a semelhança existentes entre elas. Utilizou-se no corte sócio-espacial duas discussões relevantes, que se inter-relacionaram e se caracterizaram como pontos cruciais na elaboração da problemática de pesquisa: a primeira, foi em relação à influência da hegemonia do capital mercantil no mercado de trabalho no Rio Grande do Norte e, a segunda, se referiu justamente a relação sócio-econômica entre o território e a variável ocupação. Finalmente, quanto aos resultados obtidos, tudo nos indicou que o Rio Grande do Norte, como um estado periférico, sofre a influência devastadora da hegemonia do capital de base meramente mercantil, onde a “riqueza” do capitalismo é gerada por meio da esfera da mera circulação de mercadorias e serviços e não de um processo produtivo decorrente de relações sociais de produção mais avançadas. Temos uma estrutura econômica pouca avançada, com um setor terciário que propaga sub-empregos ou desempregos disfarçados. Da mesma forma, o setor agrícola se apresentou como exemplo maior de degradação social das condições trabalhistas no estado. O setor secundário, por sua vez, também não ficou atrás dessa precarização, muito pelo contrário, ratificou aquela condição, com precários níveis de rendimentos, baixa escolarização da mão de obra e elevado grau de não proteção social; mesmo na capital do estado, espaço plenamente urbano, que apesar de aparecer sempre com uma condição favorável em comparação a unidade federativa, em praticamente boa parte das variáveis estudadas, foi também reflexo e ao mesmo tempo autora de uma condição estruturalmente subdesenvolvida.