FORMAS DA INSEGURANÇA? RELAÇÕES ENTRE CONFIGURAÇÃO ESPACIAL E PERFIL EDILÍCIO NO BAIRRO SANTA ROSA, CAMPINA GRANDE, PARAÍBA
Forma urbana; Acessibilidade topológica; Insegurança; Análise sintática do espaço; Interfaces edifício-rua.
Este trabalho trata de relações entre forma e usos da arquitetura no contexto da incidência de artefatos de segurança em edifícios. Em estudo de caso realizado no bairro Santa Rosa, Campina Grande, Paraíba, vem-se observando processos graduais de fortificação e distanciamento entre o espaço privado e o espaço público através da multiplicação de muros altos e apetrechos de segurança, fatores tidos na literatura como potencializadores da sensação de insegurança nas ruas.Este estudo objetiva apontar possíveis efeitos da forma urbana e seus usos sobre a incidência de dispositivos de segurança. Para tanto, o trabalho divide-se em dois eixos teórico-metodológicos: o eixo da Formação Histórico-morfológica do Santa Rosa e a Insegurança, pautado em revisões historiográfica e bibliográfica; e o eixo da Forma e Usos da Arquitetura, ancorado na análise morfológica do espaço e da forma edilícia, considerada a acessibilidade topológica – em perspectivas global e local – como fator indutor de movimento e de usos associados a padrões distintos de movimento. Com base em instrumentos de Análise Sintática do Espaço (ASE), as principais vias do bairro foram ranqueadas de acordo com seus valores de acessibilidade topológica os quais foram comparados a dados referentes aos usos do solo, indicativos de potenciais de animação urbana, e a dados relativos à incidência de dispositivos de segurança, ao grau de interface edifício-rua e aos campos visuais nas vias analisadas. Por meio dessas sobreposições de dados, considerados para os períodos diurno e noturno, foi percebido que o cenário de “fechamento” das frontarias dos imóveis ao cair da noite, independe do valor de acessibilidade topológica e da diversidade de usos das ruas. No entanto, verificou-se uma tendência mais branda de distanciamento entre o privado e o público, bem como de menor presença de dispositivos de segurança em ruas com maior acessibilidade topológica e diversidade de usos.