Projeto Pedagógico do Curso

Tendo como base, as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Engenharia Florestal e, a partir de uma sólida base de conhecimentos científicos das interações homem-natureza, provido de uma visão holística, o Engenheiro Florestal egresso da UFRN deverá ter capacidade técnica, crítica e criativa, habilitando-se a desempenhar bem sua tarefa e a contribuir para o desenvolvimento sustentado e gestão dos recursos florestais brasileiros.

Em função da natureza multidisciplinar da área de conhecimento, o presente Projeto Pedagógico não prevê a formação com ênfase ou linhas de formação em qualquer área específica, e para o bom desempenho de sua profissão, o Bacharel em Engenharia Florestal deverá ter:

► conhecimentos básicos nas Ciências Biológicas, Exatas e Humanas;

► significativa consciência ética e ecológica quanto a sua responsabilidade na conservação da natureza;

► adequado conhecimentos dos ecossistemas terrestres, em particular dos ecossistemas florestais nordestinos, bem como das realidades sociais e econômicas associadas a tais ecossistemas nas diversas regiões do Brasil;

► juízo crítico autônomo na sua área de conhecimento e atuação, sabendo utilizar o método científico para a análise e condução dos processos de tomadas de decisão dentro dos princípios básicos de sustentabilidade;

► capacidade de intervir sobre os ecossistemas florestais através de métodos de manejo adequados para cada situação ecológica, econômica e cultural;

► conhecimento de como utilizar máquinas e equipamentos nas práticas florestais, dentro dos critérios de racionalidade operacional e de baixo impacto sobre o ambiente;

► conhecimento dos processos de transformação industrial de recursos de origem florestal, associando as propriedades da matéria prima florestal com a qualidade dos produtos finais;

► visão crítica dos processos sociais, sabendo interagir com pessoas de diferentes grupos sociais e antropológicos; ► visão holística da atuação do Engenheiro Florestal;

► aptidão para o trabalho em ambientes naturais e em atividades ligadas ao desenvolvimento rural.

Tendo como base, as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Engenharia Florestal, o curso deverá possibilitar a formação profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:

a) estudar a viabilidade técnica e econômica, planejar, projetar, especificar, supervisionar, coordenar e orientar tecnicamente;

b) realizar assistência, assessoria e consultoria;

c) dirigir empresas, executar e fiscalizar serviços técnicos correlatos;

d) realizar vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e pareceres técnicos;

e) desempenhar cargo e função técnica;

f) promover a padronização, mensuração e controle de qualidade;

g) atuar em atividades docentes no ensino técnico profissional, ensino superior, pesquisa, análise, experimentação, ensaios e divulgação técnica e extensão;

h) conhecer e compreender os fatores de produção e combiná-los com eficiência técnica e econômica;

i) aplicar conhecimentos científicos e tecnológicos;

j) conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos;

k) identificar problemas e propor soluções;

l) desenvolver, e utilizar novas tecnologias;

m) gerenciar, operar e manter sistemas e processos;

n) comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica;

o) atuar em equipes multidisciplinares;

p) avaliar o impacto das atividades profissionais nos contextos social, ambiental e econômico;

q) conhecer e atuar em mercados do complexo agroindustrial e de agronegócio;

r) compreender e atuar na organização e gerenciamento empresarial e comunitário;

s) atuar com espírito empreendedor; 

t) conhecer, interagir e influenciar nos processos decisórios de agentes e instituições, na gestão de políticas setoriais.

O curso de Engenharia Florestal é ofertado nos turnos matutino e vespertino, tendo como sede o Campus da UFRN no município de Macaíba-RN, sendo sido elaborado para a modalidade de Bacharelado, com a habilitação em Engenheiro Florestal, conforme Diretrizes Curriculares para os cursos de Engenharia, da Comissão de Especialistas de Ensino de Engenharia – CEEE/CONFEA corroborada pela Resolução Nº 3, de 2 de Fevereiro de 2006 que Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de graduação em Engenharia Florestal, a qual também não prevê ênfases para a matriz curricular do curso.

O foco principal desta atualização e proposta de um novo Projeto Pedagógico foi a necessidade de transferir os dois primeiros períodos do curso para a Unidade Acadêmica Especializada em Ciências Agrárias, no Campus de Macaíba, e se ampliar a flexibilização curricular.

Para tanto, foram realizadas alterações em termos de uma nova estrutura curricular, substituindo e acrescentando disciplinas que eram ofertadas por diversos Departamentos no Campus de Natal, por disciplinas com o mesmo objetivo, carga horária e ementa, ofertadas no Campus de Macaíba para os cursos de Agronomia e Zootecnia, sem alteração da carga horária total do curso que é de 3.840 horas.

Com isso, foi mantido o percentual mínimo exigido para a carga horária optativa (10%), conforme especificação do Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da UFRN (Resolução 171/2013 – CONSEPE), gerando uma correspondência de 76,95% do total da carga horária em disciplinas obrigatórias (núcleo básico e profissional essencial), contra 76,56% da estrutura antiga. Em termos de componentes curriculares optativos, o procedimento utilizado reduziu de 10,55% para 10,16% a carga horária optativa em relação à carga horária total.

De forma análoga, visando o atendimento das especificações do Regulamento dos Cursos Regulares de Graduação da UFRN (Resolução 171/2013 – CONSEPE), no que se refere ao mínimo em Atividades Complementares, as mesmas permaneceram com 5,08% da carga horária total do curso. No quadro 4 é apresentada a comparação entre as estruturas curriculares atual com essa proposta, visando evidenciar que as alterações, a partir dos procedimentos de ajustes utilizados, foram mínimas em relação á carga horária.

As mudanças basicamente foram as seguintes:

a) No primeiro período foram substituídas quatro disciplinas cursadas no Campus de Natal por outras semelhantes ofertadas no Campus de Macaíba e se criou EFL0342 – Desenho Técnico e Construções Rurais em substituição a ARQ0002 – Desenho Técnico, oferecida pelo Departamento de Arquitetura e Urbanismo em Natal.

b) Do mesmo modo, no segundo período houveram quatro disciplinas substituídas e foi acrescentada CCA0121 – Bioquímica em substituição a QUI0013 – Físico-Química Básica, pela fato da primeira oferecer maior embasamento científico para diversas outras disciplinas do curso nas áreas de Tecnologia da Madeira, Sementes e Genética Florestal.

c) No terceiro período, por ser mais especifico e apresentar melhor abordagem, houve a substituição de CCA0120 – Fisiologia Vegetal por EFL0308 – Fisiologia das Árvores. Além disso, foi eliminada a disciplina CCA0110 – Zoologia Geral, visto que não apresentava o conteúdo necessário e exigido para a formação do Engenheiro Florestal na área de Fauna Silvestre.

d) No quinto período houve a criação da disciplina EFL0343 – Fertilidade do Solo e Nutrição de Árvores em substituição a EFL0314 – Nutrição Mineral de Árvores, visto que a ementa desta última era muito especifica e não abordava aspectos importantes como a parte de adubação e fertilidade do solo.

e) No oitavo período foi criada a disciplina EFL0346 – Deterioração e Preservação da Madeira, a qual irá abordar temas de enorme relevância para a formação dos nossos discentes, ainda mais considerando as condições climáticas regionais e as exigências e necessidades do mercado consumidor. 

f) No nono período foi criada a disciplina EFL0347 – Serraria, Beneficiamento e Secagem da Madeira, considerada de significativa importância para os futuros Engenheiros Florestais, visto que já existe na região um crescente e promissor mercado de produtos oriundos da madeira em tora e seus derivados.

Neste mesmo semestre foi incorporada a estrutura curricular a disciplina EFL0348 – Gestão de Áreas Naturais Protegidas, a qual vai abordar aspectos envolvidos na preservação, utilização e criação de Unidades de Conservação.

g) Finalmente, também no nono semestre, acrescentou-se EFL0344 – Trabalho de Conclusão de Curso I, com o objetivo de alongar o tempo para que o assunto a ser abordado no TCC possa ser mais bem trabalhado, pensado e discutido com o Professor Orientador, gerando assim trabalhos de melhor qualidade e sem atropelos de última hora.

Outro mecanismo utilizado para a flexibilização curricular está relacionado á alterações em pré-requisitos em algumas disciplinas optativas, visando facilitar ao discente o cumprimento deste componente curricular, estabelecendo como pré- requisitos aquelas disciplinas obrigatórias profissionais ofertadas nos períodos iniciais do curso.

Acredita-se que essa proposta, a qual vem sendo discutida pelo Núcleo Docente Estruturante desde 2015, está organizada de forma a aumentar a flexibilização curricular e buscou elevar a interdisciplinaridade entre as diversas áreas da Ciência Florestal, eliminando pré-requisitos e co-requisítos desnecessários, levando em conta também a indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão, como enfatizam o Plano de Desenvolvimento Institucional 2015-2019 e o Plano de Desenvolvimento Institucional da UFRN.

Conteúdos em Educação Ambiental

Conforme estabelece Art. 26, LDB, Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996 e Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, conteúdos relacionados ao Meio Ambiente devem ser abordados transversalmente em componentes curriculares de todos os cursos de graduação, de forma integrada aos conteúdos obrigatórios. Tais conteúdos são amplamente relacionados praticamente em todos os componentes curriculares do curso de Engenharia Florestal, visto que o objeto principal do curso é o Meio Ambiente e seus recursos naturais renováveis. Observa-se que conteúdos ambientais são tratados em termos de componentes curriculares obrigatórios em praticamente todas as disciplinas, desta forma, torna-se natural que conteúdos ambientais sejam tratados de forma tanto inter, como transdisciplinar ao longo do curso.

Conteúdos em Educação de Relações Étnico-Raciais e Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana

Em atendimento ao parecer CNE-CP no. 3-2004, de 10 de março de 2004 e Resolução CNE-CP no. 1-2004, de 17 de junho de 2004, as estruturas curriculares dos cursos de graduação deverão contemplar conteúdos (disciplinas e atividades) pertinentes à Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como ao tratamento de questões temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes. Neste caso, o projeto pedagógico do curso propõe que sejam realizadas, durante datas específicas, como o Dia da Consciência Negra, normalmente celebrado em 20 de novembro, atividades de debates, como palestras e eventos educativos, envolvendo as questões culturais, sociais e econômicas da população negra do Brasil. Em outras palavras, atividades que visem a reflexão sobre a inserção do negro, povos indígenas e outras realidades na sociedade brasileira. De forma análoga, em atendimento ao Parecer CNE-CP nº 8, de 6 de março de 2012 e Resolução CNE-CP nº 1, de 30 de maio de 2012, insere-se o componente curricular DAN0024 - Direitos Humanos, Diversidade Cultural e Relações ÉtnicoRaciais como optativo na Estrutura Curricular do curso visando contemplar conteúdos referentes aos Direitos Humanos. Além disso, o componente curricular e EFL0427 – Etnossilvicultura contempla conteúdos em educação de relações étnico-raciais e ensino de história e cultura brasileira e africana.

  Atualmente o curso conta com o apoio do Núcleo Docente Estruturante (NDE), designado pela Portaria 053/17-EAJ, de 16/06/2017, publicada no Boletim de Serviço nº 113/2017, em que foram nomeados os professores José Augusto da Silva Santana – matrícula SIAPE 388505, Juliana Lorensi do Canto – matrícula SIAPE 1698809, Tatiane Kelly Barbosa de Azevedo Carnaval – matrícula SIAPE 2326526, Sérgio Marques Júnior – matrícula SIAPE 1160199 e Alexandre Santos Pimenta – matrícula SIAPE 1079298, sob a coordenação do primeiro. O Núcleo Docente Estruturante (NDE) foi criado pela Portaria MEC nº 147, de 2 de fevereiro de 2007 e tem como função básica o acompanhamento e a avaliação do processo de concepção, consolidação e contínua atualização do Projeto Pedagógico do curso. As atribuições e os critérios de constituição do NDE estão dispostos na Resolução CONSEPE nº 124, de 06 de setembro de 2011.    

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