Banca de QUALIFICAÇÃO: CAMILA VALDEJANE SILVA DE SOUZA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CAMILA VALDEJANE SILVA DE SOUZA
DATA : 14/05/2024
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Google Meet: https://meet.google.com/yht-zemq-vzu
TÍTULO:

Pegadas ambientais do consumo alimentar, práticas alimentares, determinantes sociais e saúde de adultos e idosos: Estudo Brazuca Natal

PALAVRAS-CHAVES:

Saúde única. Indicadores de Sustentabilidade. Dieta. Práticas Alimentares Saudáveis. Determinantes sociais da saúde.

PÁGINAS: 137
RESUMO:

Introdução: Os reflexos de degradação ambiental decorrentes das atividades humanas têm demandado a busca pela promoção da One Health, que une o cuidado humano, animal e do ambiente, de forma conjunta. Os sistemas alimentares exercem uma importante influência na capacidade dos limites planetários. Conhecer o impacto ambiental do consumo alimentar de indivíduos e os fatores que podem influenciá-lo, são relevantes à promoção de dietas saudáveis e sustentáveis. Objetivos: Compreender as pegadas ambientais do consumo alimentar de adultos e idosos e verificar sua relação com adesão às recomendações do Guia Alimentar para a População Brasileira, determinantes sociais e aspectos de saúde. Metodologia: Diferentes métodos foram utilizados neste estudo. Foi realizada uma Revisão Sistemática da Literatura para investigar as pegadas ambientais de adultos e idosos, em estudos de base populacional ao redor do mundo. Também foram conduzidos estudos transversais, com adultos e idosos do estudo Brazuca Natal/RN. Os cálculos das pegadas de carbono, hídrica e ecológica da dieta foram realizados a partir de recordatório alimentar de 24 horas. Uma análise múltipla foi realizada para avaliar a relação entre as pegadas ambientais da dieta e a adesão às práticas alimentares, a qual foi obtida por um questionário validado. Também foram avaliadas variáveis sociais e econômicas dos indivíduos com intuito de verificar Determinantes Sociais em Saúde, sendo aplicada uma regressão logística multinomial. Resultados: Os achados da revisão demonstraram que as pegadas ambientais podem ser influenciadas por fatores relacionados a sua mensuração e foram mais expressivas entre os homens e adultos. No 1º estudo transversal, foi observado que a dieta dos residentes de Natal apresentou Pegada de Carbono = 6194,19 gCO2e/per capita/dia, Pegada Hídrica = 6836,65 L/per capita/dia, e Pegada Ecológica = 44,56 g-m2/per capita/dia. Alimentos de origem animal e ultraprocessados apresentaram maiores contribuições para as três pegadas ambientais. Práticas alimentares como participar do preparo de alimentos (PH: RP = 1,56 IC: 1,26– 1,93; PE: RP = 1,40 IC: 1,04– 1,89) e evitar a substituição do almoço ou jantar por sanduíches, salgados ou pizza (PE: RP = 1,42 IC: 1,01 –1,99) se associaram com menores pegadas ambientais. Por outro lado, frequentar restaurantes tipo fastfood e lanchonetes apresentou associação com maiores pegadas ambientais (PH: 1,69 IC: 1,12– 2,56). No 2º estudo transversal, foi identificado que o sexo feminino (PC: OR = 0.222 IC: 0.131-0.378; PH: OR = 0.194 IC: 0.111-0.340) e faixa etária idosa (PC: OR = 0.413 IC: 0.245-0.697; PH: OR = 0.389 IC: 0.218-0.697) reduzem a chance de ter maiores Pegadas de Carbono e Hídrica. Na Pegada Ecológica, o sexo feminino reduz a chance de apresentar maior pegada (OR = 0.250 IC: 0.147-0.424), enquanto o acesso diário à água tratada aumenta a chance de ter maior pegada ecológica (OR= 2.172 IC: 1.009-4.675). Considerações finais: A adesão às Práticas alimentares alinhadas as recomendações do GAPB, sobretudo que visam a redução de ultraprocessados, favorecem a redução das pegadas ambientais. Além disso, os achados demonstram a necessidade de considerar os aspectos que influenciam a dieta dos indivíduos para uma melhor compreensão dos resultados das pegadas ambientais.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2149611 - CLELIA DE OLIVEIRA LYRA
Interno - 3926907 - DYEGO LEANDRO BEZERRA DE SOUZA
Externa à Instituição - ROZANE MARCIA TRICHES